tag:blogger.com,1999:blog-55347164092821653172024-02-19T12:32:11.574-03:00CHELLMÍ * JOVEM ESCRITOR PAULISTAVILA BRASILÂNDIA * ZONA NORTE * SÃO PAULOCHELLMÍhttp://www.blogger.com/profile/12218120081595956932noreply@blogger.comBlogger111125tag:blogger.com,1999:blog-5534716409282165317.post-5370129154616289852019-05-02T16:27:00.000-03:002019-05-02T17:46:21.690-03:00AS RESISTÊNCIAS ARTÍSTICO-CULTURAIS EM MEIO AOS PROCESSOS DE EXTERMÍNIOS E RETROCESSOS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmJqbXSuRxNxCUkEDN8_BLado1BaJMwEU7-64rSfmPzFlM1b266bK6Dx2TALbID1TdTPW6x6IQVt7iFmVxVd_EFM_d443JZ1ciS9QEAgS6NcWo3_o3z_4_JZb2iwqJVZlr7C5IwUyJq4w/s1600/IMG_20190421_111100_681.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1334" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmJqbXSuRxNxCUkEDN8_BLado1BaJMwEU7-64rSfmPzFlM1b266bK6Dx2TALbID1TdTPW6x6IQVt7iFmVxVd_EFM_d443JZ1ciS9QEAgS6NcWo3_o3z_4_JZb2iwqJVZlr7C5IwUyJq4w/s200/IMG_20190421_111100_681.jpg" width="166" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"><br /></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">AS</span></b><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">RESISTÊNCIAS ARTÍSTICO-CULTURAIS EM MEIO
AOS PROCESSOS DE EXTERMÍNIOS E RETROCESSOS <o:p></o:p></b></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: right;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">Por Chellmí Jep<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: right;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;">02.05.2019<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: right;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Tudo
parte de inúmeros inconformismos vitais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Poderíamos começar esta nossa contribuição
com diversas perguntas e milhares de questionamentos, como: O que é Arte? Para
que serve a Arte? Arte e política são potências ou negatividades? Quem
determina o que é ou não é Arte? O Brasil respeita seus artistas? Sua família
te respeita, sendo artista ou não? O Impacto que as obras causam nas
instituições, são os mesmos que elas causam nas ruas? Quem define Arte como
Arte, o artista, o observador ou as pesquisas acadêmicas?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Sim, poderíamos iniciar tentando
esmiuçar cada interrogação trazida, sendo estas interrogações expressas nestas
linhas ou não. Momentaneamente deixamos estes reles questionamentos como
faíscas próximas de barris de pólvora para que possamos nos aprofundar do que
concretamente nos atravessa e do que subjetivamente nos alimenta.</span></div>
<div class="MsoListParagraph" style="line-height: 200%; margin-left: 71.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "symbol"; font-size: 16.0pt; line-height: 200%;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 16.0pt; line-height: 200%;">São Paulo e os pesadelos que se
sobressaem aos sonhos<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">São
Paulo é uma cidade conhecida pela sua diversidade, mundialmente é vista como o
coração financeiro do Brasil e até chega ser roteiro de viagem para muitos
gringos. Sem dúvida SP tem sua particularidade no mundo, assim como Arco Verde
em PE também, assim como Chorrochó na BA também e assim por diante. O que
tentamos enfatizar aqui são as evidentes contradições dos pesos e das levezas
que se dão para determinadas localidades. Ao mesmo tempo em que a capital
paulistana traz sua diversidade escancarada diante de qualquer olhar, também
traz as bombas relógios carregadas de ódios e preconceitos pelo fato de boa
parcela de seus habitantes não conseguirem conviver com as diferenças. Quando
falamos em diferenças e convivências, extrapolamos os limites direcionados às
manifestações artísticas e transbordamos as vaidades das curadorias de Arte,
estamos falando diretamente de questões sociais, econômicas e religiosas que
fazem com que a cidade seja alimentada de indelicadezas e atrocidades que não
necessariamente são perceptíveis pelos cidadãos que somente estão preocupados
em obedecer e se encurvar diante do Estado e permanecem sufocados pelas suas
cargas de sobrevivência, reproduzindo matanças enquanto os políticos eleitos
sejam eles municipais, estaduais ou federais estão comendo bastante, viajando
bastante, com muita grana nas contas e muitas folgas semanais para usufruírem
dessa grana. Fica a pergunta, um ser humano que não respeita a homoafetividade,
por exemplo, que está nas engrenagens aterrorizantes da cidade em que vive, ele
será atravessado por um texto de oito a dez páginas ou no momento em que o muro
da casa dele for <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">*</b>pixado com dizeres
anti-homofóbicos? Exatidões ou verdades na resposta só podem ser trazidas por
sábios e sábias e não por quem escreve e questiona como vem sendo feito aqui.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">O
discurso de não concordância ao que é diferente de um universo engessado e
manipulado soa como loucura, burrice, idiotice, cegueira e tantos outros
adjetivos depreciativos alimentando o discurso reacionário de aversão ao que é
humano e real, a pobreza, a negritude, o machismo, a homossexualidade, as
religiões de matrizes não europeias, a Arte fora das instituições e tantas
outras manifestações que poderiam ser inclusas aqui.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Existem
regiões de SP que jamais farão parte de SP, como assim?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Favela
da Onça, Taipas, Zona Noroeste de São Paulo. Comunidade sem apoio algum do
Estado, apoio básico, saneamento, saúde, educação, alimentação e muito mais.
Regiões como esta, o Estado não age, a não ser com a força truculenta da
policia e dos oficiais de justiça para desocupação. Carregamos algumas
convicções sim, apesar de sermos avessos às convicções como detentores do
saber. Carregamos as convicções de que nenhum morador ou moradora daquela
favela gosta de não ter água encanada em seus barracos, de que não se
vangloriam de ver ratos passando em suas moradias, de não receberem cartas em
seus respectivos endereços, de terem dificuldades imensas para trabalharem
formalmente e sim, carregamos estas convicções por estarmos preocupados e
dispostos para tentar transformar realidades tão injustas a partir da presença
e não somente das rebuscadas pesquisas que dão títulos que legitimam lugares de
fala, isto é, mais legitimo que a fala de cada morador ou moradora daquela
comunidade não existe e não é o grau de instrução que determina e determinará
quem deve ou não falar e se expor. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">A
favela da Onça é um dos milhares de exemplos que podemos pegar como referência
em São Paulo e afirmar que jamais esta será uma região de pertencimento a
cidade aos olhos do Estado, no máximo ali é mais um alvo de extermínio.
Salientamos que esta região não existe diante do Estado, não dos nossos olhares
e ações. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Ressaltar
meritocracia, chamar habitantes de locais iguais a Favela da Onça de incultos e
desfavorecidos é no mínimo não ter ética com seus próprios anos de vida nessa
terra. Vivemos atualmente o momento mais complexo politicamente desde a suposta
redemocratização. Evidenciamos aqui o termo “suposta redemocratização” sem
fazer juízo de valores às lutas de movimentos sociais e partidos de esquerda
para que se interrompesse o período ditatorial em que as manifestações eram
coagidas pelos detentores do poder, os militares, e infinitas vidas foram
tiradas pelo glamour do poder e do escorrimento de sangue. Suposta
redemocratização é utilizado por conta de desde as Diretas, as alas
conservadoras que detinham, de fato, os privilégios de serem intocáveis, ficarem
inconformados com partidos populares terem a oportunidade de governarem de
acordo com os interesses da maior parte da população no Brasil, os pobres. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Não
teríamos como nos aprofundarmos sobre questões tão vitais que partam ou não do
universo artístico sem nos colocarmos no tempo presente e tampouco fazermos
anacronismos com tais tempos. O momento é literal, ou é oito ou oitenta e por
conta da literalidade e da falta de empatia dos seres que temporariamente estão
no poder, preferiram 80, oitenta tiros assinados embaixo por eleitores que
sofreram ou sofrerão com toda esta literalidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;"><o:p> </o:p></span><span style="font-family: "symbol"; font-size: 16pt; line-height: 200%; text-indent: -18pt;">·<span style="font-family: "times new roman"; font-size: 7pt; font-stretch: normal; line-height: normal;"> </span></span><b style="text-indent: -18pt;"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 16.0pt; line-height: 200%;">A Arte, a política e o retrocesso
reflexivo</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">O
ex-prefeito e atual governador de São Paulo, João Dória instaurou na população
garras fatais em pessoas que pela própria precariedade de vida poderiam
despejar seus ódios facilmente em outros lugares, ódios estes que não
atingiriam diretamente sua má administração e falta de sensibilidade com a
população pobre. Uma verdadeira avalanche de repressão foi criada contra os
pixadores e pixadoras e grafiteiros e grafiteiras da cidade e a brutalidade só
aumentou. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Essa
é uma forma de apropriação das manifestações artísticas em meios urbanos para
justificar a falta de diálogo com as questões que a sociedade traz e fazer o
que o Estado não faz declaradamente aos olhares das pessoas que não se
aprofundam nestas questões, mas faz e ferozmente de maneira sutil e velada,
colocar pobre odiando pobre e proporcionar o extermínio entre a própria pobreza
e o Estado nem sequer colocar as mãos. Sendo assim, os riscos de quem está se
manifestando nas ruas aumenta incalculavelmente, pois a partir disto não é
somente o Estado contra as manifestações, são as marionetes do Estado contra
quem se movimenta na contramão da opressão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Até
aqui colocamos as artes visuais em foco, mas podemos pensar nitidamente em
outras manifestações, o teatro, a dança, a própria literatura que em 2011
sofreu com os fechamentos de bares onde ocorriam importantes saraus na
periferia paulistana, na gestão municipal do Kassab. Chega a ser vexatório e
humilhante falarmos ou escrevermos que até esperamos estes posicionamentos dos
políticos eleitos, mas talvez mais humilhante e muito mais preocupante a camada
pobre da população fazer o favor de limpar as mãos do Estado e sujar suas
próprias mãos de sangue por conta de um retrocesso reflexivo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">O
skate, a pixação, o graffiti, o funk, as batalhas de mc’s, o reggae, o dub, o
maracatu e tantas outras manifestações artístico-culturais são marginalizadas
não somente nas geografias das cidades brasileiras, elas são marginalizadas
também por conta das forças contidas em suas criações e em suas manifestações. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Entre
Beethoven e Mc Guimê a lacuna não fica evidente somente no tempo cronológico ou
no gênero musical, o maior hiato está nos distanciamentos impostos pelas elites
financeiras e pelas elites pseudointelectuais que impõem a qualquer custo que
as sinfonias são autenticas manifestações e os batidões que mobilizam a
juventude não. Retornando um pouco às convivências com as diferenças,
idealmente Guimê e Beethoven poderiam ocupar um campo comum na música, ser
música, mas entre o ideal e o real também existem lacunas muito escancaradas,
pois se até no Microsoft Word o nome do MC é grifado em vermelho como palavra
inexistente e o nome do clássico, por que na sociedade que impõe padrões de
gostos o Guimê não ficaria em evidência vermelha? Obviamente que aqui
utilizamos uma simples analogia para exemplificar e adentrar numa discussão que
não é somente territorial e sim ideológica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Nelson
Rodrigues nos alertou sobre o Brasil e seu complexo de vira-lata e recentemente
Lula reascendeu a importância de nos debruçarmos sobre tal complexo. Tanto
Nelson Rodrigues quanto Lula foram e são odiados por algum dos lados, destros e
canhotos, e o que há em comum entre eles e esta tentativa de contribuição em
forma de texto é o inconformismo e o enfrentamento diante as adversidades de um
sistema político que tem como eleito um representante federal de parte da
população que quer pilotar o país acelerando seus achismos e freando anos de lutas e
construções para uma nação menos desigual.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraph" style="line-height: 200%; margin-left: 71.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "symbol"; font-size: 16.0pt; line-height: 200%;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 16.0pt; line-height: 200%;">Os heróis nacionais, as capitanias
hereditárias, e as ancoras que a elite jogou para os pobres<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;">Desde
1994, o dia 1º de maio passou a ser lembrado não somente pelas lutas
trabalhistas, mas também pela fatídica morte de Ayrton Senna, na Itália.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;">Não
haveria problema algum se o fato de que o piloto era uma celebridade por conta
de um esporte extremamente elitista e que vinha de uma família que podia bancar
seu esporte. A questão aqui não é gostar ou não da figura de Ayrton Senna,
gostar ou não de corridas de carro, a questão é como se mascara através das
mídias, problemas mais urgentes no nosso país. De 1990 até 1994 o país estava
um caos por conta da inflação, moeda inconstante, economia com a corda no
pescoço, processo de impeachment de Collor, 111 mortos na Casa de Detenção do
Carandiru e o Plano Real e as privatizações pelo então presidente FHC. Vejam, o
mascaramento e as encobertas das reais situações do país não veem de hoje, isso
porque não estamos nos reportando a outros períodos da história. Ayrton Senna
foi um grande piloto e provavelmente um grande ser humano, porém heróis de
verdade eram aquelas famílias nordestinas que conseguiram fazer seus filhos
vingarem sem a menor infraestrutura diante da seca e ainda continuarem
entregando-os para SP para construir palacetes aos que depois de seus serviços talvez
fossem os próximos exterminados.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Perdemos
a pouco tempo a grandiosa Raquel Trindade, e você um pouco menos desatento deve
estar pensando, quem é essa?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Raquel
Trindade, filha de Solando Trindade, família Trindade, de grande importância
para a história da Arte e da Cultura em SP, no Brasil e no mundo, assim como
Patativa do Assaré, Marielle Franco, Grande Otelo, Mano Brown, Emicida e tantos
outros que aqui não caberiam. A observação aqui também não é a de que estes e
estas citados e citadas acima seriam ou não heróis ou heroínas, a observação
parte de quem determina quem é ou não representativo para o povo. Pelé é uma
figura mundialmente conhecida, porém nunca se posicionou de maneira positiva em
relação a sua negritude. Neymar, o ídolo da molecada agride torcedor quando
contrariado e quando questionado. Os heróis não são escolhidos pelo povo, pelos
pobres, a elite escolhe e o pobre abraça. Um dos caminhos desta reflexão
exposta com palavras em forma de texto é o de questionar como as manifestações
artísticas e culturais estão intimamente ligadas com as manifestações
politicas, e entendamos aqui como politica não somente as políticas partidárias
e sim as vivências políticas do dia-a-dia, comprar, vender, se relacionar,
reivindicar, enfim, ações politicas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Enquanto
não soltarmos as ancoras jogadas pela elite, não iremos subir do fundo do mar
para respirar, continuaremos sufocados e morrendo afogados em águas alheias.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Há
um cansaço físico e mental por parte da população que luta contra governos tão
autoritários. Ouvimos constantemente de vários lados que temos que ser
resistência, que temos que resistir e não nos deixarmos abater pelas opressões.
Geralmente quem salienta o ato de resistência está num centro acadêmico, numa
ONG caridosa ou atrás do teclado em alguma rede social. Talvez alguns nunca
saberão o que é ser resistência sem moradia, com a barriga vazia, sem a marmita
pronta pela mãe quando chegar em casa. E com certeza muitos nunca saberão o que
é ser negro, ser negra num país racista, morar em bairros que àqueles que pedem
resistência jamais irão pisar. É cultural num país como o Brasil, ser
obediente, abaixar a cabeça para uma elite que determina o que gente faz ou
deixa de fazer. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">Este
singelo texto vem com uma proposta de desobediência, de não aceitação do
suposto estimulo do playboy por resistência. Reafirmamos que uma pixação, uma
intervenção artística que não seja de abraçar árvore nem monumento, que corpos
como ações circulando espaços totalmente negados, sejam as ações mais diretas
antes das militâncias de trabalhos de base num período de 15 dias entre o
primeiro e o segundo turno de 4 em 4 anos.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">*</span></b><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 200%;">A
utilização da grafia “pixação” com “X” foi escolha do autor por ser utilizada
pelos próprios praticantes e considerada manifestação contemporânea e
tipicamente brasileira.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<br /></div>
CHELLMÍhttp://www.blogger.com/profile/12218120081595956932noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5534716409282165317.post-49004262517954433282017-07-30T00:08:00.000-03:002017-07-30T00:08:42.130-03:00A ponderação, a insensatez e a insanidade: A invenção da paz no solo sofrido<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A ponderação, a insensatez e a
insanidade: A invenção da paz no solo sofrido<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A
sensação de ser invisível num mundo que pede e cobra visibilidade é um
contraste que não é exclusividade do tempo em que vivemos, mas um contraste que
perfura e perfurou àqueles que pensaram e os que pensam na visibilidade como
meio de prosperidade fora de um único universo, o seu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Os estreitos caminhos e as sutilezas
em que a exposição e a omissão percorrem não são de fácil acesso para quem não
se preocupa com tais questões. As pessoas escolhem, selecionam onde e quando
desejam se expor e desejam se omitir. Há pessoas que se camuflam em cascas de
ponderação mediante a grupos, coletivos, relações afetivas, vínculos profissionais
e outros espaços de convivência para serem aceitas e vistas como pessoas
equilibradas e de pensamentos certeiros. Adotar a postura do ponderado chega a
ser sensato à medida em a visibilidade está ligada ao poder, ou seja, o
poderoso, a poderosa, é aquele e aquela que racionaliza até o porquê de um copo
com cerveja ser ou não degustado no bar mais caro possa o levar a uma embriaguez
mais elegante, sendo que o álcool, no caso a cerveja poderá proporcionar tal
embriaguez em qualquer esquina do mundo. Aí a ponderação entra como flecha
certeira, a vida segue o rumo dos ponderados, pois eles conseguem dominar os de
olhos embaçados, que são muitos, mas felizmente não conseguem dominar os
insensatos e insanos que não suportam ponderações.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> As buscas pelas visibilidades são
contraditórias, assim como boa parte das relações estabelecidas entre os seres
humanos. Obviamente que as contradições são necessárias para que os ponderados
e os insensatos não se tornem poderosos de verdades únicas, por mais que ambos
tentem ou almejem certo tipo de poder, a contradição sempre estará lá,
martelando na cuca de quem está disposto não se deitar num exclusivo cantinho,
o seu. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Pensar na cidade em que vive, pensar
no bairro em que reside, pensar no país em que habita, pensar em Arte, pensar
em Educação, pensar em Cultura, pensar em Violência, pensar em Desigualdade
Social, não passa de pensar e não agir se a ponderação tomar conta do que é
vivo e do que pulsa. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> O que é vivo? O que pulsa?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> O que é vivo ou fugaz para ponderado
não passa de nó em pingo d´água na cabeça do insensato e vice-versa. O que pulsa
no corpo e no pensar insano não passa de asneira para o ponderado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Entre a ponderação e a insanidade e
entre a visibilidade e a invisibilidade poderia planar uma atitude que além de
solidária seria fundamental não para a conquista de consensos, mas para que as
contradições fossem vivas e pulsantes para ambos, aqui com muita cautela
nomeamos tal atitude como Respeito.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> A agressividade disparada pelo que é
diferente, pelo que é oposto, isto é reflexo da competição imposta pelo poder.
O poder é infinito. O chefe não se contenta em querer dominar física e psicologicamente
seus subordinados, ele quer mais, quer ocupar o cargo de seu chefe que também o
arrebenta. E uma vez que, consiga tal cargo, continuará sendo oprimido e
oprimindo os outros, fazendo com que a engrenagem nunca pare, pois quem está na
base da opressão muitas vezes nem se dá conta que também sonha com o poder para
reproduzir a desgraça.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Ser poeta, ser educador, ser namorado,
ser filho, ser irmão, ser oprimido nesta guerra requer minimante olhos e
ouvidos que flutuem em mares imaginários. Uns procuram teorias, outros procuram
status, uns procuram felicidade e outros nada procuram. Descrever sentimentos
jamais será senti-los, descrever opressões jamais será senti-las, descrever
verdades jamais serão verdades. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Quem se preocupa inflama e sofre. Quem
pensa no outro mergulha e sofre. O ponderado sofre. O insensato sofre. O insano
sofre. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Com tanto sofrimento eu não acredito
na paz, na moral, eu até detesto a paz. A paz é algo que disseram que é branco,
vendem imagens de pombas e anjos para iludir a mente dos que estão com a vista
embaçada. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Visível ou invisível, ponderado,
insensato ou insano, os poderes tornam as relações inúteis. Se o sofrimento é
certo, que ao menos nos olhemos e consigamos tentar amenizá-lo não com a paz que
vendem, mas com os olhos, ouvidos e pensamentos que nós ainda queremos
partilhar com os próximos. Sofrer junto é condição indispensável para sorrir
junto. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> Deixo a seu critério se estas
reflexões são ponderadas, insensatas ou insanas.<o:p></o:p></span></div>
</div>
CHELLMÍhttp://www.blogger.com/profile/12218120081595956932noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5534716409282165317.post-50278538281057098162016-02-01T23:53:00.000-02:002016-02-01T23:53:33.137-02:00E QUANDO A NOITE CAI ?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<b>Conheço um poeta que só é poeta porque dizem que ele é poeta </b><br />
<b>Ele não vibra e nem se vira com as palavras </b><br />
<b>A cada gole de mágoa se embriaga e se mete a besta a escrever </b><br />
<b>Traga o cigarro do verso pensando em aquecer algo dentro de si </b><br />
<b>Assim mais um dia passa na mera vida desse que alguns chamam de poeta</b><br />
<b><br /></b>
<b>E quando a noite cai ?</b><br />
<b><br /></b>
<b>Em águas salgadas navega sem vontade </b><br />
<b>Respira com dificuldade o ar dos mais sábios </b><br />
<b>Fica imaginando se soubesse ou se procurasse aprender onde colocar as vírgulas </b><br />
<b>Pega rabeta no cometa pra ir pra bem longe e esquecer que quis um dia ser pesquisador</b><br />
<b>Tropeça no que nunca teve e volta ao chão, o qual não deveria ter se levantado</b><br />
<b><br /></b>
<b>E quando a noite cai ?</b><br />
<b><br /></b>
<b>Esquece de ser estrela e não reluz no corpo de vagalume </b><br />
<b>Se banha em riacho vermelho </b><br />
<b>Desce o morro gotejando dores e tentando se secar com energias desconhecidas </b><br />
<b>Plana em poeira acumulada </b><br />
<b>Espreme tinta do coração para tentar não acinzentar o pouco que imagina ainda ter</b><br />
<b><br /></b>
<b>E quando a noite cai ?</b><br />
<b><br /></b>
<b>Observa de longe os foliões em blocos de risos e felicidades infinitas</b><br />
<b>Até pensa nos pesos dos blocos por ele um dia carregados</b><br />
<b>Sente o sussurro da própria voz</b><br />
<b>Briga consigo mesmo por não suportar carregar o papel de poeta </b><br />
<b>Tenta se calar e se apequenar escondendo seus olhos </b><br />
<b>Eu o conheço algum tempo...</b><br />
<b><br /></b>
<b>E quando a noite cai ?</b><br />
<b><br /></b>
<b>Pois bem...</b><br />
<b>Como poeta inventado que é, deseja, se é que sabe o que é desejar, apenas uma única alimentação pra tua fome </b><br />
<b>Deseja que um dia caia antes da noite </b><br />
<b>Para que a lua não fique mais em prantos </b><br />
<b>E para que os milhares de vagalumes do mundão possam abrilhantar como estrelas em outros mundões</b><br />
<b><br /></b>
<b>Aliás, quem espera a noite cair não pode cair na noite ?</b><br />
<b><br /></b>
<b>Esse meu chapa sempre diz que é há muita regra e pouca madrugada</b><br />
<b><br /></b>
<b>Poeta de meia caneta !</b><br />
<b><br /></b>
<b><br /></b>
<b>Chellmí - Jovem Escritor Paulista </b><br />
<b>01/02/2016</b></div>
CHELLMÍhttp://www.blogger.com/profile/12218120081595956932noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5534716409282165317.post-74788721025520447672016-01-29T09:42:00.000-02:002016-01-29T09:42:17.606-02:00QUAL O VALOR DA NOSSA LUTA ?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBiWKkwX1lExkwlp59TW95OzT6I_zPHnamupx644oJ8yEklCop_UxYZgY-kbCi1caWbm3_xwQTsPIo1aZFgv7TVrzXYpjL5On0IRZCOjaGjkPtzZogMsRtUSZsq-BakG6dp6bw9Lp0dtA/s1600/12509863_950868974983142_4409836549389615713_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBiWKkwX1lExkwlp59TW95OzT6I_zPHnamupx644oJ8yEklCop_UxYZgY-kbCi1caWbm3_xwQTsPIo1aZFgv7TVrzXYpjL5On0IRZCOjaGjkPtzZogMsRtUSZsq-BakG6dp6bw9Lp0dtA/s640/12509863_950868974983142_4409836549389615713_n.jpg" width="360" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br /></div>
CHELLMÍhttp://www.blogger.com/profile/12218120081595956932noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5534716409282165317.post-12465085096288841762016-01-28T03:18:00.000-02:002016-01-29T08:55:09.017-02:00Trajetória: Os meus, os seus, os nossos potes<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjK4vHYj-TTSgtHgNGLmOBugOvRGPLIx1NtldYoefvavdahN7K0iBIXoY-2oj6cCFdMk2kCDnbBy-AZbB95PAYAoTuZe8sJHEcjqfpAxbHXh8TKEyhg4PIKw0gJLcglXKdaEml9npssMj0/s1600/1909937_500878186760317_8788389112294197635_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjK4vHYj-TTSgtHgNGLmOBugOvRGPLIx1NtldYoefvavdahN7K0iBIXoY-2oj6cCFdMk2kCDnbBy-AZbB95PAYAoTuZe8sJHEcjqfpAxbHXh8TKEyhg4PIKw0gJLcglXKdaEml9npssMj0/s400/1909937_500878186760317_8788389112294197635_n.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 16.0pt; line-height: 150%;">Trajetória:
Os meus, os seus, os nossos potes<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">-
Michell da Silva – Chellmí (Jovem Escritor Paulista)<o:p></o:p></span></b><br />
<b><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">No
universo da rapidez, da estupidez, da utópica sensatez, dos que enterram
pensamentos leves por não aguçarem alguns sopros de timidez, da imposta
rigidez, talvez haja espaço para as histórias escorrerem sem frustrantes
preocupações em serem taxadas como mera insensatez. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Pensemos
que quando dormimos estamos esvaziando um pote, pote este que pode estar
aberto, fechado, transbordando, pela metade, rachado, trincado, porém nunca sem
nada, mesmo estando vazio, nunca está sem nada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Pensemos
também que quando acordamos nos deparamos com um pote vazio e que se nos
permitirmos observá-lo, ganharemos algum tempo matutando como iremos carregá-lo
e se o encheremos com algumas histórias, algumas palavras, alguns sons, alguns
silêncios ou com outros vazios.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Que
pote é este? Alguém pode carregá-lo? Qual o tamanho deste pote? É um pote
específico ou um pote qualquer? Este pote é comprado? Este pote é ganho? Este
pote é conquistado? O que carregamos em nossos potes? O que não carregamos e
gostaríamos de carregar em nossos potes? O que você guarda no pote, mas não
queria guardar? Por acaso, que pote você nunca se preocupou em carregar? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ao
nos encontrarmos com vidas que chegam cheias, vidas que chegam vazias, vidas
que chegam aos cacos, vidas que estão chegando, vidas que irão chegar, pensamos,
caímos ou nos levantamos em pensamentos sobre os potes que carregamos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Há
um grande esforço por parte de algumas pessoas em encher o pote de quem já está
com o mesmo transbordando. Como assim? Sim, há uma força que direciona o
enchimento destes potes sem imaginar ou sem se atentar se estes potes um dia já
foram cheios, se um dia eles foram esvaziados, se um dia sequer existiram, por
isso chamamos de força e não de energia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Carlo
Guinzburg, um historiador italiano, debruçou-se ao tentar entender um ser não
tão comum à época em que viveu o personagem central de seu livro “O queijo e os
vermes”, um moleiro chamado Menocchio, que caiu nas forças da inquisição.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Menocchio
era um camponês de pote cheio, aprendeu ler bem e escrever razoavelmente, vivia
na contramão de sua época, a mão era o pote oco para que opressores os
deixassem maciço aos seus modos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 4.0cm; tab-stops: 7.1pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">“Até que ponto podemos considerar
representativa uma figura tão pouco comum, um moleiro do século XVI que sabia
ler e escrever? E, além disso, representativa do quê? Com certeza, não de um
veio de cultura camponesa, já que o próprio Menocchio apontava uma série de
livros como fonte de suas ideias.” (GUINZBURG, 2006, p.72).*<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 4.0cm; tab-stops: 7.1pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">As
veredas que poderiam ser adentradas por inúmeras pessoas, que poderiam levar
para mundos repletos de potes, das mais variadas histórias e memórias, muitas
vezes não são apresentadas por conta de alguns seres pensarem que somente eles
são capazes de cuidar de potes e não quebrá-los. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Estes
potes não possuem tamanho específico, não possuem ou não deveriam possuir
únicos donos, ou seja, os potes são de tamanhos ou deveriam ser de tamanhos que
cada pessoa quisesse ou entendesse que fosse.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Este
ser que vos escreve carrega potes que nunca imaginou carregar. A maioria destes
potes estão rachados, estão frágeis e qualquer descuido eles podem se quebrar,
porém alguns estão cheios de histórias e bem reforçados para não quebrarem tão
brevemente, e mais, existem alguns que são carregados mesmo sem serem
identificados prontamente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Quando
há intenções diretas de se quebrar potes pelo simples prazer de estilhaçar
memórias ou apreciar cacos de reflexões jogados ao chão para que seus potes não
ocupem os mesmos espaços que outros, não há mais lugar para as expressões e
somente para as pressões, isto é, o que era para ser (ex)pressão continua numa
engrenagem de pressão constante.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Os
potes mais sensíveis quando ficam ao cuidado de seres insensíveis chegam a
mudar de cor por conta da apropriação forçada, vejam bem, se modificam por
intermédio de dominadores que impõem linguagens não assimiladas ou não
pertencentes a tais potes</span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10pt; line-height: 150%;"> </span><br />
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoFooter">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt;"><b>*</b></span><span style="font-size: 10.0pt;"><b> GUINZBURG,
Carlo. O queijo e os vermes: O cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido
pela inquisição. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoFooter">
<span style="font-size: 10.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoFooter">
<span style="font-size: 10.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 4.0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">“A
escrita, exigindo aprendizagem formal e transmissão social marcada, sofreu um
processo de apropriação social por certas camadas da população que nela foram
imprimindo seus modos de apreciação do mundo, seus modos de falar, suas palavras
– no sentido de lógos – de modo que qualquer outra escrita que não se conforme
ao discurso proferido pelas camadas que se apropriaram de um artefato
coletivamente construído é considerada não escrita, quando na verdade o que se
está excluindo são os discursos proferidos e seus sujeitos sociais.” (GERALDI,
2000, p.105).**<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 4.0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Existem
potes que duram por meses, anos e até séculos, existem potes que duram minutos,
horas e até segundos, existem seres que se consideram transformadores que fazem
potes durarem por meses, anos e até séculos, assim como existem seres que fazem
potes durarem por apenas horas ou minutos, isso quando não dão nem chance do
pote ser explorado positivamente, para que seja observe se o mesmo está vazio,
cheio, rachado ou em todos estes processos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">As
trajetórias dos potes dependem e muito da trajetória dos seres que desejam
quebrá-los ou cuidá-los. Os potes em princípio podem possuir tamanhos,
espessuras, larguras e também comprimentos, talvez um dos maiores desafios para
aqueles que se dispõem em tocar estes potes seja as estratégias que devem ser
pensadas para que estes potes não se encham ou não se esvaziem por motivos
opressores que tenham seu início e seu fim em apenas inícios e não sejam
considerados seus meios e seus fins.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">E
seu pote, continua intacto?</span><br />
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<b style="line-height: 150%; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">GERALDI, João
Wanderley. Culturas orais em sociedades letradas. Educação & Sociedade,
Campinas, v. 21, n. 73, p.100-108, 01 dez. 2000.</span></b></div>
</div>
CHELLMÍhttp://www.blogger.com/profile/12218120081595956932noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5534716409282165317.post-67841797042083161932015-12-02T00:33:00.000-02:002015-12-02T11:20:46.240-02:00ALGUNS SOPROS DE UM VELHINHO DESORGANIZADO QUE JAMAIS TEVE A PRETENSÃO DE SE “REORGANIZAR”.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjWL3HYWf4KFqCbj8d38PFa7cXhAPtFIl8sn9yRGypd1hk9PwI84-e0Olvi4s5MKNyfHKe7vcUdknceEL16F2HXxipd6W085ecuQvL1zdunnNR97rdawH39Uy5jNmr9EfP71kMwMgYyr4/s1600/BeFunky+Collage.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjWL3HYWf4KFqCbj8d38PFa7cXhAPtFIl8sn9yRGypd1hk9PwI84-e0Olvi4s5MKNyfHKe7vcUdknceEL16F2HXxipd6W085ecuQvL1zdunnNR97rdawH39Uy5jNmr9EfP71kMwMgYyr4/s400/BeFunky+Collage.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b style="line-height: 150%;"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">ALGUNS SOPROS DE UM VELHINHO
DESORGANIZADO QUE JAMAIS TEVE A PRETENSÃO DE SE “REORGANIZAR”.</span></b></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: right;">
<b><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> </span></b><b><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">Chellmí – Jovem Escritor Paulista –
01.12.2015<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: right;">
<b><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></b></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: right;">
<b><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"> <b>Em um dia de desespero assim como
outros tantos de sua existência, o velhinho teimou novamente em sentar em
frente ao espelho e refletir sobre sua desorganização.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b> O velhinho de aparência robusta e
feição rabugenta, muito raramente sorria, seus momentos de suposta alegria
estavam geralmente atrelados a cachaça ou a cerveja. <o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b> Ele costumava dizer para meia-dúzia
de pessoas próximas que já não conseguia se encontrar consigo mesmo e que além
de se sentir um anônimo em seu próprio eu, ele não suportava mais conviver
consigo nem sequer mais um segundo.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b> Seus dias eram longos demais. O
velhinho não dormia nem mesmo o mínimo necessário para aguentar o tranco do
trabalho no dia seguinte. O velhinho tinha convicção de seu estranhamento
consigo e com o mundo, estava ciente das suas limitações, mas mesmo assim
teimava em se confrontar com seu espelho.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b> O velhinho contava em seus momentos
de despejo de mares salgados num corpo amontoado de terra, que pensou ter vivido
sua juventude plenamente. Naquela época, o velhinho dormia menos que os dias
atuais, suas bolinhas brilhantes demoravam a esconderem-se nas noites
ensolaradas, sim, isso mesmo, ele dizia que pensava estar vivo por conta de
suas noites ensolaradas.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b> O pequeno linha de frente destas
palavras talvez tenha pensado por algum momento que poderia ser intocável, ser
iluminado, ser um furacão, ser areia do fundo do mar, ser um sorriso aberto até
seus últimos dias nos terrenos que parte da humanidade julga conhecer, mas
hoje, velhinho, já não pensa como antes, se pensa, só consegue transpor
aproximadamente 5% do que lhe sangra, 1% do álcool que lhe faz ranger os dentes
e talvez, talvez os outros 94% numa escala inútil de 100% estejam escondidos
entre o amarelo de seus dedos e o acumulo de bitucas e cinzas amontoadas num
recipiente metálico.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b> Alguns chegavam a falar que o
velhinho se sacrificava em dormir em cama de pregos por opção, outros
costumavam bater em suas costas oferecendo colchões macios, já outros juravam
enxergar no velhinho uma espécie de vontade, uma espécie de sabedoria, uma
espécie vivacidade, enquanto outros sacavam que o velhinho não passava de fruta
podre na lateral da feira. O velhinho a todo instante torcia para ser ensacado
e triturado e então ser jogado num lugar em que ninguém mais pudesse pensar em
nada a seu respeito. Mesmo com toda a angústia de um segundo passado, de uma
flecha lançada e de uma oportunidade perdida, o infeliz do velhinho sentava-se
na frente do espelho.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b> Em seu tempo de fragilidade adulta
se meteu em lugares nunca antes imaginados. Entocou-se em bolhas coloridas viajando
num universo singular e construindo a imagem de guris e gurias em seus braços
lhe chamando de pai. No fundo ele carregava a frustração em peneira de buracos
milimétricos para que tal viagem pudesse ser um tipo de substância que lhe
deixava em estase por algum tempo dentro da bolha colorida. E a peneira lentamente
naqueles momentos derramava frustrantes águas salgadas novamente no corpo
amontoado de terra.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b> O velhinho fez questão de ocupar
quadrados incolores para flutuar em utópicas lutas aos olhos dos sábios
entendedores da vida. Seus ventos mudavam de direção nestes quadrados quando
ainda tinha o mínimo de coerência para jogar tinta onde estava incolor. Muitas
vezes o velhinho teve a necessidade de mostrar ao mundo aquele ambiente em
transformação, porém, foram incontáveis as vezes em que o velhinho teve vontade
de largar as cores para que os sábios entendedores da vida continuassem
propagando suas sabedorias em seus quadrados sem cor. O velhinho contava que a
cada minuto recebia uma martelada no peito e uma pancada na cabeça, um tipo
castigo dolorido que não sabia explicar, mas que alimentava sua utopia.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b> O velhinho de mãos de lisas escondia
os calos na alma e de vez em quando girava a chave. <o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b> Ele dizia que seu corpo era uma
linha amarrada no estirante de uma pipa mal confeccionada que em raros momentos
de ventania deixava de fazer barriga e se mantinha firme, reta e com uma força
incontrolável, mas que eram tão raros, tão raros estes momentos de ventania que
mal podia se deleitar do planar e logo se deparava com os apuros de uma pipa
pensa. Assim o velhinho se referia ao seu corpo, horas ação e horas reflexão.
Empinava sobre uma corda bamba, a laje era muito cheia de concreto. Firmeza
demais nunca lhe fez bem, dizia ele.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b> Na multidão erguia sua bandeira de
palavras, na conversa não tirava sua bandeira da mochila. Na conversa ele era
olho atento e ouvido aberto, na multidão era farelo do resto de lanche dos sábios
entendedores da vida.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b> O velhinho, cara de pão com ovo,
rabugento e de sorriso amarelo após alguns goles parecia ter um pouco de
criticidade, apesar de enfatizar a todo o momento que não passava de macha
irremovível de avental surrado.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b> Em meio a tantas palavras de
amargura e angústia, o velhinho se posicionava contra qualquer tipo de
injustiça feita com o povo que lhe circundava, o povo que corria em suas veias
saltitantes. Policiais que atuam como marionetes da opressão, fazendo dos seus
pares seus principais alvos, professores pelegos, governantes detentores de
poderes odiosos, seres individualistas que propagam a distorção do coletivo. O
velhinho não suportava. Ele fazia
questão de se desprender do anonimato do seu eu, para concentrar em seus frágeis
punhos e esqueleto que se arrastava, energias que só poderiam existir no ato do
corpo estar em sintonia com o palpitar do coração, que nem ele com toda sua
ignorância e nem os sábios entendedores do conhecimento da vida poderiam se
meter a besta de procurar explicações.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b> Na capital em que o sangue escorre
desde o nascimento até o dia em que a terra cobre o paletó de madeira, o
velhinho de feição pesada, desacreditado de quase tudo em sua passagem neste
terreno, contava que em seu pequeno coração nunca conseguiu, por mais que
tentasse, colocar um cadeado, girar a chave e lança-la num universo de chaves
perdidas.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b> Aos sábios entendedores de suas
próprias vidas e das vidas alheias, aos ignorantes rabugentos como o velhinho e
aos que são bigornas e se passam por pena de pavão, fica o desafio de arriscar
a idade do velhinho, se ele está vivo, se ele realmente existiu ou existe e se
podem recolher os cacos do espelho em que o velhinho teimava em se deparar ou
sentar diante do mesmo espelho e procurar a porcentagem de teimosia que pode
existir em cada ser.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b> Antes de partir, o velhinho pediu
para avisar que se as línguas dos sábios entendedores da vida estiverem
queimando para responder prontamente, que os mesmos as colocassem na água
estocada da chuva, ou fizessem uma vaquinha entre eles para comprarem litros
d’água de alguma empresa da família dos governantes detentores de poderes
odiosos. <o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b> Sábios? Velhinho? Bigorna? Pena de
pavão? <o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b><br /></b></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><b> Por onde andam? </b> <o:p></o:p></span></div>
</div>
CHELLMÍhttp://www.blogger.com/profile/12218120081595956932noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5534716409282165317.post-63321308764597388462015-08-04T17:05:00.000-03:002015-08-04T17:05:08.125-03:00UM SAMBA CESSADO<div style="text-align: center;">
<img height="320" src="https://scontent-gru1-1.xx.fbcdn.net/hphotos-xpf1/v/t1.0-9/p206x206/10387306_789260781143963_8281956107933463409_n.jpg?oh=4074fa0ae440dcae17c9b44e9efa8916&oe=5646C098" width="216" /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<b>O samba que cantei</b></div>
<div style="text-align: left;">
<b>Não ecoou na avenida </b></div>
<div style="text-align: left;">
<b>Não fez sussurro nos blocos </b></div>
<div style="text-align: left;">
<b>Porém, mudou minha vida </b></div>
<div style="text-align: left;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: left;">
<b>No início do desfile tiraram a baqueta de mim</b></div>
<div style="text-align: left;">
<b>E o que eu podia fazer, sem tocar meu tamborim? </b></div>
<div style="text-align: left;">
<b>Passei madrugadas em pranto para escrever o meu samba</b></div>
<div style="text-align: left;">
<b>Naquele momento me senti, como entulho na caçamba</b></div>
<div style="text-align: left;">
<b>O coração bateu desconpassado, a alegria se foi</b></div>
<div style="text-align: left;">
<b>Minha harmonia então murchou,</b></div>
<div style="text-align: left;">
<b>Ninguém me deu boi</b></div>
<div style="text-align: left;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: left;">
<b>O samba que cantei</b></div>
<div style="text-align: left;">
<b>Não ecoou na avenida </b></div>
<div style="text-align: left;">
<b>Não fez sussurro nos blocos </b></div>
<div style="text-align: left;">
<b>Porém, mudou minha vida </b></div>
<div style="text-align: left;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: left;">
<b>Minha vida mudou quando fui deixado de canto </b></div>
<div style="text-align: left;">
<b>Daí pra frente a solidão virou camisa,</b></div>
<div style="text-align: left;">
<b>Que hoje visto como um manto </b></div>
<div style="text-align: left;">
<b>Carrego um lápis e um papel e sigo rascunhando sozinho</b></div>
<div style="text-align: left;">
<b>Vivo atordoado e sem rumo, já não encontro mais um caminho </b></div>
<div style="text-align: left;">
<b>Desejo que o mundo que roda um dia eu conheça</b></div>
<div style="text-align: left;">
<b>Enquanto isso meu samba encanta, somente dentro da minha cabeça...</b></div>
<div style="text-align: left;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: left;">
<b>O samba que cantei</b></div>
<div style="text-align: left;">
<b>Não ecoou na avenida </b></div>
<div style="text-align: left;">
<b>Não fez sussurro nos blocos </b></div>
<div style="text-align: left;">
<b>Porém, mudou minha vida </b></div>
CHELLMÍhttp://www.blogger.com/profile/12218120081595956932noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5534716409282165317.post-11563725880863001532015-08-04T17:02:00.003-03:002015-08-04T17:02:49.066-03:00O POETA E SUA GRANADA<div style="text-align: center;">
<img height="201" src="https://scontent-gru1-1.xx.fbcdn.net/hphotos-xaf1/v/t1.0-9/p206x206/10988508_805473766189331_974662815762578426_n.jpg?oh=68c842005ff30cdbebb82a91bbdc65bc&oe=564AC007" width="320" /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b>O poeta de leveza nos olhos </b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Carrega o peso da luta </b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Desnecessariamente se expõe </b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>E necessariamente ocupa</b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Ocupa muros, corações e mentes </b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Ocupa, ocupa o que não pode ser desocupado </b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Entre sorrisos, abraços e dedos do meio</b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>O poeta é a esquiva do vento torto</b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Rasteiras, voadoras, tiros, caras feias</b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Nada disso detém o poeta </b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Varre rua e escreve na guia </b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Dorme na sarjeta e rabisca a calçada </b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Pinta as nuvens e picha no céu </b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Conta anedota nada hilária </b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Melhor, ele é a anedota hilária dos insensíveis </b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Eita poeta zika </b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Tirou nicotina do beiço </b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Meteu a faca no que parecia ser duradouro </b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Dedilhou violões inexistentes </b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Tomou cachaça pra esquecer </b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>E escreve pra não morrer </b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Vive com a granada na mão </b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Prestes a puxar o pino</b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Enquanto a disposição não vem</b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Estoura palavra na guerra </b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Se refugia na trincheira do pensamento </b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Rabisca versos-escudos para artistas exuberantes</b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>E finge parecer são, por ser tão louco</b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Este poeta...</b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Este poeta, vive para incomodar as verdades blindadas.</b></div>
CHELLMÍhttp://www.blogger.com/profile/12218120081595956932noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5534716409282165317.post-38609186948936541972015-08-04T17:01:00.000-03:002015-08-04T17:42:07.021-03:00UM "EUS"<div style="text-align: center;">
<img height="640" src="https://fbcdn-sphotos-g-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xfa1/v/t1.0-9/10730916_815614158508625_7315903950592226428_n.jpg?oh=1d2afbd2e53bccfd9777c3638ce9a395&oe=565A2C70&__gda__=1446636102_0ee11f7bfa7b4cf0a2f0568d1f048831" width="360" /></div>
CHELLMÍhttp://www.blogger.com/profile/12218120081595956932noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5534716409282165317.post-74042458707009555852015-07-30T23:10:00.001-03:002015-07-30T23:10:32.369-03:00A LEVEZA DOS ANOS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: center;">
<img height="218" src="https://scontent-gru1-1.xx.fbcdn.net/hphotos-xpt1/v/t1.0-9/11825695_867373736666000_147599032814379478_n.jpg?oh=f9601fc6c2fc34d83de7c00cb179c9cc&oe=563F78CE" width="320" /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Aos 5 conviveu com o pai deficiente na cama </span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Aos 6 sonhou ser jogador de futebol </span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Aos 7 repetiu a primeira série </span></b><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;"><b><br />Aos 8 começou a brigar na rua<br />Aos 9 tomou seu primeiro porre<br />Aos 10 já não prestava atenção na aula<br />Aos 11 começou questionar os pais<br />Aos 12 não suportou a separação dos pais<br />Aos 13 começou a "pixar"<br />Aos 14 começou a sacar a humilhação<br />Aos 15 tomou um cassete da rota<br />Aos 16 começou ser mão de obra explorada<br />Aos 17 começou a grafitar<br />Aos 18 pensou conhecer o amor<br />Aos 19 tentou entrar na universidade<br />Aos 20 continuou sendo explorado<br />Aos 21 ainda não sabia nada<br />Aos 22 prestou Unesp<br />Aos 23 passou na Unesp e fracassou<br />Aos 24 renasce a escrita morta<br />Aos 25 desemprego e bicos<br />Aos 26 mãos calejadas para construir a goma<br />Aos 27 entrou na Usp<br />Aos 28 pesou 48kg<br />Aos 29 quebra um teco da casca do coração<br />Aos 30 parecia ter reavivado sonhos<br />Aos 31 se sente um copo descartável<br />Aos 31 vê Dener e/ou Catarina só em lágrimas<br />Aos 31 o coração sangra<br />Aos 31 só gostaria que fosse 31<br />Aos 31 ainda arranca sorrisos dos filhos de amigos<br />Aos 31 não carrega certezas<br />Aos 31 só pensa na hora da última dormida<br />Aos 31 cansado de sobreviver não sabe viver<br />Aos 31 "aquele abraço..." </b></span></div>
</div>
CHELLMÍhttp://www.blogger.com/profile/12218120081595956932noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5534716409282165317.post-44998435513473134342015-07-27T20:11:00.005-03:002015-07-27T20:11:45.952-03:00PRENDEdor<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: center;">
<img height="299" src="https://fbcdn-sphotos-c-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xtf1/v/t1.0-9/11755129_863266203743420_2654650357326300915_n.jpg?oh=575adb0471b4d62ec71580839464c73c&oe=5610DED0&__gda__=1447705995_ad63c795d90e915272d8931f04d11421" width="400" /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">PRENDEDOR </span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">PRENDEDOR </span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">PRENDEDOR </span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;"><br />PRENDEDOR<br />PRENDEDOR<br /> PRENDEDOR...<br /><br />PRENDE a DOR no coração até suportar<br />Solte a refém<br />E no dia em que a dor não for mais dor<br />Me conte sobre tal experiência<br />Quem saiba assim eu deixe de ser<br />Um reles PRENDEdor. </span></b></div>
</div>
CHELLMÍhttp://www.blogger.com/profile/12218120081595956932noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5534716409282165317.post-73108545382124958642015-07-27T19:05:00.001-03:002015-11-02T21:57:54.289-02:00M A R G I N A L<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: center;">
<img height="320" src="https://fbcdn-sphotos-f-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xft1/v/t1.0-9/11745950_865288263541214_609812031612424378_n.jpg?oh=a9f47ca5e0eb40b035ec60b88264e590&oe=5612B3C5&__gda__=1448653795_78f498d9b51fd5628bdc96ea80c4dcb9" width="320" /></div>
<div style="text-align: center;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Na margem Cinquenta não é onça, é galo !</span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Na margem Sessenta, sessenta, cê senta...</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;"><br />e espera o Estado te respeitar e vira caveira.<br /><br />Na margem Setenta, setenta, cê tenta...<br />não apanhar o fuzil e guerrilhar mostrando como se faz.<br /><br />Na margem tem aquele que EXPRESSA de maneira coerciva o LOCAL que considera ser seu por destino, se julgando o CENTRO da ervilha chamada mundo.<br /><br />Na margem não tem prédio espelhado e ar condicionado pra tentar apagar a vista e o odor de rio de merda.<br /><br />Na margem o farol alto está aceso desde as 4 da matina e muitas vezes as setas para trocar de faixa são acionadas pelo capital que torna o esqueleto nojento.<br /><br />Na margem, Cinquenta, Sessenta, Setenta, Oitenta, Noventa, Noventa, Noventa...<br /><br />Cem !<br /><br />Sem, sem, sem esquecer que o combustível da margem um dia será utilizado na e para a margem...<br />sendo assim, reclame mesmo de tanque cheio enquanto pode ou acha que pode. Vai, vai, vai, bufe alto.<br /><br />E por aqui esse condutor bração continua reduzindo a velocidade e seguindo na moral...<br /><br />Sim, enquanto uns querem luxo o bração faz questão de se firmar M A R G I N A L.</span></b></div>
</div>
CHELLMÍhttp://www.blogger.com/profile/12218120081595956932noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5534716409282165317.post-82902467607068920412015-07-27T19:03:00.000-03:002015-07-27T19:03:01.171-03:00MADRUGADA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: center;">
<img src="https://fbcdn-sphotos-e-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xfp1/v/t1.0-9/11752609_861238400612867_4687584949110109474_n.jpg?oh=2a074bd0e4a5617b9f714d794800600f&oe=565180D0&__gda__=1447123801_69eca91b3889ddf58a38be5dabcdfbf8" /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Minhas madrugadas sem sono </span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">São como meus dias sonolentos.</span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Meus tempos não são iguais meus sonos </span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;"><br />Sendo assim...<br />Acordei numa escuridão só para que<br />meus ponteiros girassem ao contrário </span></b></div>
</div>
CHELLMÍhttp://www.blogger.com/profile/12218120081595956932noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5534716409282165317.post-75827840797386576322015-07-27T19:01:00.002-03:002015-07-27T19:01:26.939-03:00AS ESTRELAS, SEUS BRILHOS E MINHAS BRISAS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: center;">
<img height="240" src="https://fbcdn-sphotos-e-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xfp1/v/t1.0-9/11011036_860399940696713_7534449228579338364_n.jpg?oh=71cd2c89f59ed4ab0d3e71a24f8ca7a1&oe=5656300D&__gda__=1447458180_92fc046392b6956428fcc80cf3adabc1" width="320" /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Os olhos procuram no céu estrelas cadentes </span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">A brisa noturna arrepia a espinha </span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Avisto íris ofuscadas e corações carentes </span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;"><br />Madrugada gelada que ali era só minha<br /><br />Cada segundo eternizado num mundo calado<br />Solo árido num peito tão seco<br />Uma face alagada e um caderno encharcado<br />Borrou-se as palavras perdidas num beco<br /><br />A lua não quis chamar atenção<br />As nuvens foram bailar<br />Os deuses dormiram no chão<br />E meus pensamentos... Aqueles não pude cessar<br /><br />O reflexo nas águas não brilhava pra mim<br />O morro esverdeado eu pensei colorir<br />Levantei-me tão cinza em busca de um fim<br />E com olhares sangrando vi algo estranho se abrir<br /><br />Eu, vagalume esticado depois da perca de luz<br />As ondas quebrando em meu corpo imobilizado<br />Ao longe um vendaval, que enfim me seduz<br />E um sopro no ouvido ecoando "mano, você é um zoado"<br /><br />A tempestade fez o mar bravejar<br />O pulsar no tórax acelerou bruscamente<br />Um clarão no meu íntimo me forçou despertar<br />E até hoje não sei, se toquei numa estrela cadente ou numa estrela carente. </span></b></div>
</div>
CHELLMÍhttp://www.blogger.com/profile/12218120081595956932noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5534716409282165317.post-85439055658328507272015-07-27T18:59:00.002-03:002015-07-27T19:00:13.458-03:00NÃO DESACREDITA NÃO...<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: center;">
<img height="180" src="https://fbcdn-sphotos-d-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xfp1/v/t1.0-9/1891076_851902264879814_6698365011199594330_n.jpg?oh=f57546855ba288302eb8f2083fd33cd4&oe=56122528&__gda__=1448864435_881f1c6743d6c952068253cdb415e615" width="320" /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Na brasa periférica sou maloqueiro nato </span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Calça larga, bombeta, nada de verso imediato</span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Poesia que surge da reflexão e do coração atento</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;"><br />Olhos esbugalhados que me tiram da condição de só lamento<br />Envolvimento em pensamentos chamados de dedo na ferida<br />Meus pares morrem, reaça aplaude e a vida prossegue sofrida<br />Me sensibilizo ao falar das flores e dos exalares de seus perfumes<br />Mas, num rio de sangue luto para que não continuem boiando nossos cardumes<br />Opressão policial, opressão do capital, opressão coletiva e individual<br />Aqui a ação do marginal, a ação da palavra frontal, é soco no peito do preconceituoso boçal<br />Não necessito de palco mas, se eu estiver nele, beleza !<br />Sou grato pelo chão, rimar na rua e tentar afastar um pouco a tristeza !<br />Não fui aprovado no padrão de qualidade do inmetro, tá ligado<br />Minhas poesias não precisam de rótulos para que eu seja um escritor aclamado<br />Sou a ralé da escrita, as águas nas guias da literatura<br />Meto-me a besta a escrever só para cutucar seu ego, chamado censura<br />Cansado de comentários raso vindos de onde o nariz aponta<br />Estes versos pretendem deixar pinóquios mais perdidos que barata tonta<br />Surfei nas ondas da ingratidão e desci as ladeiras do terror<br />Agora tento pegar rabeira no imaginário de quem me faz acreditar no amor<br />Educação tá na mente e no coração, grafada no braço se tornou meu escudo<br />O saber não compartilhado se mostra como livro na estante fechado e mudo<br />Mundão para gritar comigo toda hora e sussurra um pouco por favor<br />Já pedi isso antes e ai de mim se não me armasse e fosse pra batalha como um gladiador<br />Sou Sarau da Brasa, Elo da Corrente, Samba do Congo, sou Brasilândia<br />Troco olhares com nossa gente depois do dia longo e não sonho com diversão artificial de Disneylândia<br />Vou nessa dizendo que o tal do Michell pode ser pra você um ser que tanto fez ou tanto faz<br />Mas, ainda não sabe muito do que o tal do Chellmí é capaz. </span></b></div>
</div>
CHELLMÍhttp://www.blogger.com/profile/12218120081595956932noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5534716409282165317.post-60909161535265214282015-07-27T18:57:00.002-03:002015-07-27T19:24:42.454-03:00INSÔNIA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: center;">
<img height="640" src="https://fbcdn-sphotos-e-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xfp1/v/t1.0-9/11045404_813482445388463_7521982021452926135_n.jpg?oh=7a3aa95bbd9414be9fface91bdd49e5a&oe=5610C82C&__gda__=1447297445_0b7b938c4476cd27414aa6232d544fed" width="640" /></div>
</div>
CHELLMÍhttp://www.blogger.com/profile/12218120081595956932noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5534716409282165317.post-28401845700153501122015-07-27T18:56:00.000-03:002015-07-27T18:56:11.843-03:00NÃO CUSTA NADA OU O NADA NÃO TEM CUSTO ?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: center;">
<img height="320" src="https://fbcdn-sphotos-e-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xat1/v/t1.0-9/11075274_809841542419220_4523360921171567531_n.jpg?oh=4368b17ef102d83612823e0057a21d0f&oe=56421669&__gda__=1448140214_1558c5411684034147a066c492956e41" width="180" /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Quiseram comprar minha identidade </span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Comprar minha andança </span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Comprar meu chinelo de dedo </span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;"><br />Comprar o pouco que escrevo<br />Comprar meu raro sorriso<br />Comprar nossas ruas de terra<br />Comprar nossos dedilhados autodidatas<br />Comprar minha loucura<br />Comprar meus máximos 3% de doçura<br />Quiseram comprar meus olhares<br />Comprar o gingado do meu corpo<br />Comprar a tradução das nossas gírias<br />Comprar meus passos nos ares<br />Comprar meu rastejar em terra batida<br />Comprar o que pensei<br />Comprar o que nunca cantei<br />Comprar a vista grossa<br />Comprar a prazo de estupidez<br />Quiseram me colocar na vitrine<br />Comprar os cacos das palavras, fiado<br />Comprar um nada que não tem valor<br />Não tendo o que vender, não vendi<br />E neste exato momento...<br />Sou as moedinhas de troco de uma literatura de qualidade incalculável. </span></b></div>
</div>
CHELLMÍhttp://www.blogger.com/profile/12218120081595956932noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5534716409282165317.post-57036390797043562902015-07-27T18:53:00.002-03:002015-07-27T18:53:16.188-03:00"SOFRIMINTO?"<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: center;">
<img height="320" src="https://scontent-gru1-1.xx.fbcdn.net/hphotos-xfa1/v/t1.0-9/11119705_812250248845016_6574606570700561482_n.jpg?oh=89511be92b7c820357d947ffc327ef31&oe=56424249" width="320" /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Se minto sobre a veracidade da violência </span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Transpondo feições de indignação </span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Meus punhos nas lutas por clemência </span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;"><br />Ainda se fecham diante da militarização<br /><br />Meu habitat periférico não me tira do centro<br />As poças de lama deram lugar às de sangue<br />Matam sonhos decepando cabeças aqui dentro<br />Os projéteis nas favelas não são de filmes de gague<br /><br />O céu azul permanece nublado com o extermínio<br />Vielas com sirenes e corpos sem ar<br />Estraçalham humanos para manterem o domínio<br />Se estou mentindo, qual verdade irão me contar ?<br /><br />Brasil de farda opressora<br />O galo nem canta mais na madrugada da quebrada<br />Calibres hostis maquiados de sensação protetora<br />Enquanto a lágrima escorre, a elite se agrada<br /><br />Grande mídia podre e nojenta<br />Menos de 1% é leal<br />Quem não virou marionete não aguenta<br />Vocês não valem 1 real<br /><br />Reduza a maioridade e se prepare para o tormento<br />Hecatombe dos nossos tira o sono<br />Quando o opressor cair não restará nem lamento<br />Xerox ou ampliação de vidas em papel carbono<br /><br />Sofro e não minto nesta guerra evidente<br />Que me joguem na vala ou me deixem aos ventos<br />Acabaram com a vida duma criança inocente<br />Isso não é "sofriminto" nunca irão entender nosso reais sofrimentos.</span></b></div>
</div>
CHELLMÍhttp://www.blogger.com/profile/12218120081595956932noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5534716409282165317.post-9954774583732864192015-07-27T18:51:00.004-03:002015-07-27T18:51:42.219-03:00CARREGADOR<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: center;">
<img height="202" src="https://fbcdn-sphotos-a-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xtp1/v/t1.0-9/10868056_754714777931897_1608474334137359664_n.jpg?oh=a8d587751c369fb9a25444c74c0be0e3&oe=564F4A9E&__gda__=1448688808_3fb0b6d188fca6087828429be3d53408" width="320" /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Acordou leão cheio de energia</span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Rugiu, foi valente até quando pôde</span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">A bateria parecia não querer acabar</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;"><br />Esbravejou, subiu no último degrau da escada<br />Quis tocar as nuvens<br />Parecia um pisca-pisca de natal<br />Cheio de brilho e marra<br />Enfureceu-se diante do que considerava caça<br />Pulou da escada e mergulhou num rio doce<br />Nadou de costa, boiou, deu braçadas e bateu pezinhos<br />E nada da bateria acabar<br />Saiu da água, seguiu na direção do nariz<br />De tão empinado pegou a rabiola na mão<br />Guardou as gotas da chuva no seu chapéu<br />E esbarrou no Bem-Te-Vi<br />Ao entardecer o sol lhe encarou<br />Com raios certeiros tonteou o pedregulho<br />Ao cair observava o sol partindo<br />E ao mesmo tempo a lua surgindo<br />Imóvel e sem voz só os olhos falavam<br />Gritavam, "eu sou forte, eu sou forte"<br />A lua apertou suas mãos e lentamente<br />Colocou-as sobre seu peito<br />Naquele momento a luz vermelha do coração<br />Foi se apagando e seus olhos parando de gritar<br />E ainda hoje a terra se pergunta<br />"Até onde podemos CARREGAR a DOR ?"</span></b></div>
</div>
CHELLMÍhttp://www.blogger.com/profile/12218120081595956932noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5534716409282165317.post-29691528667478938972015-07-27T18:49:00.005-03:002015-07-27T18:49:43.527-03:00SerMano<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: center;">
<img height="200" src="https://scontent-gru1-1.xx.fbcdn.net/hphotos-xap1/v/t1.0-9/10628125_744780808925294_4190961822535198149_n.jpg?oh=b2abdcdc9e0cd5343057efeb870591cf&oe=564FD434" width="320" /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Pintei de amarelo a torta linha cinza</span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Depois escorreguei num Arco-íris </span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Ouro 24 quilates era um lápis apontado no fim</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;"><br />Avistei uma gota triste escorrer<br />Escondi meus vermelhos brilhantes<br />Toquei no rosto, toquei na mão<br />Queria tocar no coração<br />Dar um beijo na mente<br />Bem lá dentro para aliviar<br />Arranquei sorrisos<br />Até palavras embaralhadas<br />Me senti um grãozinho minúsculo<br />Um vento que soprava fraco<br />Mas, minha vontade<br />Minha vontade...<br />Essa navegou em oceano positivo<br />Firmou o sangue das veias<br />Passados 20 minutos<br />Os passos até o portal<br />Duraram segundos<br />Vermelhos brilharam novamente<br />E eu olhei para o céu e pensei<br />"Fraquejar não é a meta"<br />Ajeitei a bombeta e andei calmamente<br />Apanhei a nuvem que parecia uma estrela<br />E a cada manhã a tiro do bolso<br />Só para reluzir na face dela<br />Logo menos espero ter seu brilho<br />Diante dos meus vermelhos de felicidade.</span></b></div>
</div>
CHELLMÍhttp://www.blogger.com/profile/12218120081595956932noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5534716409282165317.post-72968520793203430512015-07-27T18:47:00.002-03:002015-07-27T18:47:37.109-03:00AS IDAS SEM VOLTAS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: center;">
<img height="213" src="https://fbcdn-sphotos-e-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xft1/v/t1.0-9/10600512_695696273833748_5040793553562991448_n.jpg?oh=8a0334b7b7994bd5c8c8d8164b948c1f&oe=560ED0F6&__gda__=1443943036_1563df74d12e1364dea1953365426dc0" width="320" /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">A cantoria falhou</span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Os ouvidos fecharam</span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">O peito parou</span></b><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;"><b><br />E assim lhe deixaram<br /><br />Triste foi o fim<br />Do começo inexistente<br />O choro se tornou jardim<br />Pra quem bancou pensar diferente<br /><br />Homem inútil<br />Mulher forte<br />Sujeito fútil<br />Não foi falta de sorte<br /><br />Um passo por vez<br />Uma noite sem sono<br />Quem saiba talvez<br />Deixe de ser um mero carbono<br /><br />Tem o dom pra estragar<br />Não sabe porque existe<br />Não tem o dom pra amar<br />E assim o rascunho resiste<br /><br />A casca é fina<br />O coração já não bate<br />Tortuosa esta sina<br />A cada suspiro um embate<br /><br />Falou de carinho e atenção<br />Foi oco e raso<br />Se perdeu na multidão<br />E só, sente o descaso<br /><br />Mergulhou no asfalto<br />Voou em alto mar<br />Caminhou sobre nuvens com salto<br />Fechou os olhos e não conseguiu mais sonhar<br /><br />Seu olhar mareja diariamente<br />Vozes ecoam na tua cabeça<br />O figura se tornou indiferente<br />E deseja que todos o esqueça<br /><br />A simpatia é o que resta<br />Só a Educação pra movimentar<br />Lambeu com os olhos e comeu com a testa<br />Não encontrou forças nem pra se ancorar<br /><br />Assim ele seguiu sem rumo<br />Em passos curtos e pequenos<br />As letras tornaram-se materiais de consumo<br />Num mundo em que o fez degustar os piores venenos.</b></span></div>
</div>
CHELLMÍhttp://www.blogger.com/profile/12218120081595956932noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5534716409282165317.post-71141979063196573092015-07-27T18:45:00.001-03:002015-07-27T18:45:37.987-03:00ARRISCANDO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: center;">
<img height="320" src="https://fbcdn-sphotos-e-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xfa1/v/t1.0-9/10501906_672294489507260_7982233867157221954_n.jpg?oh=ed008c76f0a01c8d3c397b17396be5f2&oe=564893E8&__gda__=1444023518_031b0ea9078f8ccb6a1970f5e049e59b" width="268" /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">O colorido dos olhos chamam atenção</span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">As borboletas cansadas continuam voando</span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">No céu as nuvens trazem inspiração</span></b><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;"><b><br />Nos ares da poesia prosseguimos planando<br /><br />Inúmeras viagens com a caneta<br />Infinitas reflexões com o papel<br />Para que o natural não seja canhão e escopeta<br />As palavras amargam e adoçãm feito o limão e o mel<br /><br />As tintas nos muros incomodam e encantam<br />O rosto abatido traz interrogações<br />As fardas de longe espantam<br />Vozes certeiras que alcançam seus corações<br /><br />Do muito que se mistura ainda existe separação<br />Nas divisões impostas há sempre um perdedor<br />Enquanto houver segregação<br />Haverá um lado que sofra com a dor<br /><br />Que os passarinhos não parem de cantar<br />Que as cores continuem vibrando<br />Que o pé de sonhos continue a frutificar<br />E que os poetas destas frutas sigam degustando<br /><br />"Quem nunca viu doce se lambuza" diz o ditado<br />Viver do azedo nem sempre é agradável<br />Ao invés de observar meu redor como um coitado<br />Me arrisquei escrever o que será sempre inefável</b></span></div>
</div>
CHELLMÍhttp://www.blogger.com/profile/12218120081595956932noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5534716409282165317.post-83262812766800525992015-07-27T18:43:00.000-03:002015-07-27T18:43:11.788-03:00SONHOU SEUS SONHOS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: center;">
<img height="240" src="https://fbcdn-sphotos-b-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xap1/v/t1.0-9/1600999_609458185790891_20511407_n.jpg?oh=39217a0569eb23d92d47d48486791bf9&oe=56547F43&__gda__=1447638379_28b9b0095434f1803e2ba7a16aad650f" width="320" /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Nas profundezas da tristeza ele navegou</span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">Nos ares da infelicidade foi obrigado a planar</span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;">O ferimento do seu coração nunca cicatrizou</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: left;"><br />Escondeu-se do mundo e poucos viram sua lágrima rolar<br /><br />Água bateu na bunda ele aprendeu a nadar<br />Sua fraqueza alada danou-se a voar<br />Aprendeu detectar mentiras, um potente radar<br />Enterrou-se vivo para sua poesia se sufocar<br /><br />Subiu em árvores para fugir do concreto<br />Desceu morros e encontrou-se com malandros<br />Engoliu o choro e aprendeu ser discreto<br />Descartou os curvas de rio e aloprou os meandros<br /><br />Deixou de ser espada e se tornou escudo<br />Preferiu continuar “burro” que bancar o intelectual<br />Grita quando acorda, grita quando dorme e continua mudo<br />Tornou-se boxeador que só acerta gancho sentimental<br /><br />Pisa em nuvens e ovos com a mesma cautela<br />Tornou-se rabugento e nem sempre é risonho<br />Articula magia entre os becos e vielas da favela<br />Por mais que você não entenda... Ele sonhou o seu sonho.</span></b></div>
</div>
CHELLMÍhttp://www.blogger.com/profile/12218120081595956932noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5534716409282165317.post-65458242958671140392015-05-11T11:56:00.000-03:002015-05-11T11:56:35.747-03:00A LEITURA E A ESCRITA ENTRE ESPINHOS E ASAS<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-OiAzO55CeFzOVS7-bNZFBzuV33SHTU0vIUiW5PeeN7VVqLfyHME3orviJyLbSplWzkcSsA1Or-HzIa0v1kJ8h_vDRm7cLJm-XPdcIMXvVqeSn5RMXu0xw8Lmc3CJmxbWCGnxyLOuIGg/s1600/macro-butterflies-flowers-thorns-wings.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-OiAzO55CeFzOVS7-bNZFBzuV33SHTU0vIUiW5PeeN7VVqLfyHME3orviJyLbSplWzkcSsA1Or-HzIa0v1kJ8h_vDRm7cLJm-XPdcIMXvVqeSn5RMXu0xw8Lmc3CJmxbWCGnxyLOuIGg/s400/macro-butterflies-flowers-thorns-wings.jpg" width="400" /></a></div>
<b style="text-align: justify;"><br /></b>
<b style="text-align: justify;"> Às vezes nos pegamos lendo histórias alheias sem nos preocuparmos com a escrita das nossas próprias histórias, sem nos atentarmos em nos lermos, sem direcionarmos nossos rabiscos, nossos borrões, as pontas das flechas que neste caso podem ser nossos olhos e não somente nossas mãos. O que falta ou faltaria para nos lermos? O que falta ou faltaria para não sermos somente traço constante de cópia? Se não falta ou faltaria nada, o que sobra ou sobraria para nossos olhares se sensibilizarem com o que não está diante deles?</b><br />
<div style="text-align: justify;">
<b> Os livros aparentemente quando os tocamos não têm espinhos, inicialmente podemos apalpá-los, cheirá-los, guardá-los no bolso, na mochila sem que nos sangrem as mãos e sem que saiam voando em qualquer direção. Sim, quando fechado parece não ter espinhos e nem asas.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b> Quais livros que se abrem para nós? Ou mesmo aqueles livros que abrimos para nós, sangram ou voam? </b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b> Quando folheamos páginas invisíveis não temos como saber se há ou não a existência de espinhos, se sangram, se voam, se correm, imediatamente as páginas invisíveis não nos dizem muita coisa. Aliás, o imediatismo nestas possíveis leituras e escritas do visível e do invisível chega somente como uma grande dose de morfina na veia, ou seja, independentemente se os livros ou olhares ainda estão fechados e não sabemos se sangram ou voam, por hora dou-lhes pitacos para que não deixem o tal imediatismo influenciá-los, ele veio para que nossa dormida seja guiada apenas para uma dormida, apenas para uma dormida, apenas...</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b> Ao nos dispormos em abrir olhos e livros, estamos nos dispondo ao sangue e as asas, isto é, à leveza e à tonelada, ao soco no tórax e ao ósculo na face, à tubaína de saquinho e ao veneno das celas geladas, ao odor de incenso de sândalo e ao gás de pimenta, não só sangue e não somente asas, com livros e olhos abertos, não só, não só...</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b> Com ouvidos abertos e olhos atentos podemos ver e ouvir ou ouvir e ver o Sr. Sereno do grupo Fundo de Quintal cantar que “Ser poeta é cortar carambola em forma de estrela/ Quem dificilmente consegue obtê-la/ Faz o coração em forma de maça” ou Carlos Eduardo Taddeo cantando </b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>“A era contemporânea com seus rifles e tocas ninjas</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Deu luz no solo segregado, a era das chacinas</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Depois das 10 todo excluído, vira alvo vivo</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Candidato aos Clá-Clá-Bum e velório coletivo</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>O pedido do secretário de segurança é especifico</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Soldados atenção! Sem testemunha e feridos</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Abatam pelo cabelo, pela roupa, pela cor</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Só cuidado com a laje, com cinegrafista amador</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Da um vazio vê que ainda não fiz o escrito</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Com o poder de evitar os enterros coletivos</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Impedir que os antigos vizinhos de rua</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Depois dos Bum se tornem vizinhos de sepultura.”</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b> Podemos dizer também que se torna um grande atentado quando temos que ler uma obra considerada clássica por obrigação, seja para o vestibular, para uma prova na escola, para um concurso de mestrado, porém necessitamos de tais reflexões para podermos observar como a sangria destes espinhos pode reverberar em potência, seja esta potência para determinados fins ou para indeterminados processos de um meio ou início.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b> As leituras podem trazer escritas engajadas ou não, as escritas podem trazer leituras engajadas ou não. O que seria engajamento literário? Quais os pontos de vista? Quais os pontos de partida? A complexidade do que não pode ser raso ou oco muitas vezes não precisam ser compreendidas e sim vivenciadas por cada leitor e cada ser que se dispõe a escrever. </b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b> Silvia Castillón em seu livro, “O direito de ler e de escrever” nos diz que</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b> “Um dos problemas fundamentais reside no fato de que as leitura tem sido promovida como algo de que se pode facilmente prescindir, como um luxo de elites que se deseja expandir, como leitura “recreativa” e, portanto, supérflua. E isso numa sociedade em que, segundo as estatísticas, 70% da população se encontra abaixo dos níveis de pobreza ou pobreza absoluta, população para qual basta e sobra apenas televisão para recrear-se, algo que não exige nenhum esforço de quem já tem feito demais para conseguir sobreviver.” </b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b> Os questionamentos e as críticas não excluem de maneira alguma a liberdade de criação, desde que o sujeito ou a sujeita tenham consciência do porque estão questionando e criticando.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b> Paulo Leminski, por exemplo, ofusca e colori nos pensamentos ao mesmo tempo quando adentramos em seus espinhos </b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>“Sol</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Lua</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Por que só um </b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>De cada </b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>No céu</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Flutua”</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b> E a palavra? Quais asas, quais espinhos nos atravessam diante da palavra?</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>As vozes que não deveriam ser caladas diante às barbáries cometidas pelos que se dizem educadores e educadoras no Brasil e mundão afora ressurgem através do corpo, das ações, do grito que não cabe mais dentro de um corpo cheio que insistem em fazê-lo vazio. Assim sendo, a Corp<span style="color: red;">O</span>ralidade proporciona novas leituras de seres que não permanecem imersos ou não querem permanecer imersos nas obras em que continham espinhos e nas obras que só continham asas. </b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b> Bia Bedran em seu livro “A arte de contar histórias” ressalta a importância da oralidade para transformarmos memórias vivas em vivas memórias, que não somente as leituras literais nos proporcionam espinhos ou asas. </b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b> “Câmara Cascudo denomina “escritores verbais” aqueles que de geração em geração persistem, com sua voz invocadora, em ressuscitar na fórmula viva do processo oral o que não deve morrer no esquecimento”.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b> A leitura e a escrita partindo do ponto de vista literário ou do ponto de vista da memória estão rodeadas de aromas, temperos e sensações que a certeza ou a busca pela certeza nunca será capaz de identificar minunciosamente os detalhes da simplicidade, isto é, enquanto alguns ditos educadores ou educadoras continuarem colocando a bola debaixo do braço e deixarem de brincar na rua quando contrariados, jamais poderemos fazer embaixadinhas e levantar a bola para crianças, jovens e adultos marcarem golaços e comemorarmos juntos.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b> Com livros abertos ou livros fechados, com olhos atentos e ouvidos abertos continuemos sangrando e voando para nos aproximarmos de sentimentos diversos que as leituras e as escritas podem nos dispor. Que venham mais espinhos e asas.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><i>CHELLMÍ * Graduado nas ruas pela Universidade do Asfalto e da Terra Batida, Mestre em Vagabundagem pelos locais mais remotos de São Paulo e atualmente é Doutorando em Malandragem Social pela Universidade Invisível que está situada no Estado do Pensamento.</i></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
CHELLMÍhttp://www.blogger.com/profile/12218120081595956932noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5534716409282165317.post-69590175538276936632015-03-19T15:35:00.003-03:002015-03-19T15:35:45.463-03:0020.03.2015 (Sexta-feira) às 16h. Sarau na Fábrica de Cultura da Brasilândia <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEUONajSRXCV48XBru8lMIxQ6BAmrPR3YZKZRBZIaS12bG72InaOf4GrZgqSd45sMyOVD2Uh1SD5k_BoQhtDPvenChu2-pIhnww2t7LCMZDZQ8dRVxlo2iWbNF-2QOhf2GcB904AAAs2k/s1600/Apresenta%C3%A7%C3%A3o1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEUONajSRXCV48XBru8lMIxQ6BAmrPR3YZKZRBZIaS12bG72InaOf4GrZgqSd45sMyOVD2Uh1SD5k_BoQhtDPvenChu2-pIhnww2t7LCMZDZQ8dRVxlo2iWbNF-2QOhf2GcB904AAAs2k/s1600/Apresenta%C3%A7%C3%A3o1.jpg" height="480" width="640" /></a></div>
<br /></div>
CHELLMÍhttp://www.blogger.com/profile/12218120081595956932noreply@blogger.com0