Dá linha
vai mandado
Pois,
não sou carretel para querer te enrolar
Com o
coração pulsante e despedaçado
Não é a
flecha do cupido que vai me encantar
Nas
camas em que deitei sempre tive de corpos e almas presentes
Aos lábios
que toquei procurei deixar o doce aroma do carinho
Em cada
troca de olhar brilhavam quatro estrelas cadentes
A cada
partida, um tombo, e eu prossigo sozinho
O te amo
se banaliza na boca de quem brinca com o amor
Com os
ouvidos tapados a língua se torna metralhadora
O fracasso
é visível na face deste eterno sofredor
Resta-me
pisar no asfalto e deixar as nuvens à sua brisa inspiradora
A fumaça
do cigarro ocupa espaço na bolha da tristeza
A multidão
em torno do solitário faz com que a lágrima caia
A brasa
queima, o peito congela e o resultado é a fraqueza
A correnteza
salgada que transborda meu rosto não fica de tocaia
O mundo
berra e quem escuta?
O tempo
é irrisório para quem corre na contramão?
Pergunto-me
constantemente se vale a pena minha luta
Algumas vezes
acho que sim, outras acho que não
Versos
adolescentes que surgem no corpo adulto
Cadê a
fé? Cadê a garra? Por onde anda a esperança?
A casca
grossa da amargura para você é um insulto
Quando a
moral é sequestrada, não adianta pagar fiança
Os calos
das mãos somem, enquanto os da mente vêm à tona
Pálpebras
quase intocáveis
Agora se
reaproximam meus ósculos na lona
Em meio
a dores imensuráveis
A chuva
que cai no telhado não me molha literalmente
O céu soluça
e eu escuto
A goteira
em meu ser já não me faz tão contente
Pra quem
não conhece a distância, considera ridículo meu luto
No universo
do capital selvagem as sensibilidades se tornaram chacotas
A sutileza
da exposição é mal vista
Delicadezas
e sentimentos alguns julgam lorotas
Garantem
que no mundo dos derrotados o meu nome é o primeiro da lista
Insanidade,
razão, sonhos, afazeres seguem juntos
Se deslocar
e transitar talvez sejam para poucos
Por mais
que eu me esconda, são permanentes estes assuntos
Enquanto
muitos querem se enquadrar, eu me reinvento na terra dos loucos
O que
seria do azul se só existisse o vermelho?
O quadradismo
vive em meio ao círculo
Já se
perguntou o que hoje refletiu em seu espelho?
Não sei
se me afasto ou se fortaleço o vínculo
Espero que
a vitória um dia venha e que logo vá embora
Já se
foi o tempo de gritar, é campeão!
Que o
amor nunca seja da boca pra fora
Sei que
não sou Rael, mas quem sabe um dia, eu também consiga seguir as batidas do meu
coração.
Chellmí - Jovem Escritor Paulista
30.09.2013 - 23:35
Nenhum comentário:
Postar um comentário