É no
momento mais triste que lhe vejo
Lhe pego,
derramo gotas em ti para buscar conforto
Você ouve
tudo calada, por isso cada vez mais te almejo
Calada
entre aspas, pois grita em silêncio comigo quando estou quase morto
Tua textura
me chama, manda-me expressar
Expressar,
expressar, para que seja ex-pressão
Pede-me,
implora-me para que eu vá devagar
Eu obedeço
e vou de encontro correndo e você nunca me deixa na mão
Já pintei
teu corpo e me senti artista
Fitei sua
face de ponta-a-ponta e sei que não fui o primeiro
Agarrei-te
com força, fui rude e por um tempo te perdi de vista
O artista
se foi e o que sobrou foram resquícios de arteiro
Nas tuas
linhas me perco mesmo quando as mesmas não existem
O cuidado
que tenho para não borrar seu rosto é imenso
Como não
sou tão zeloso as manchas persistem
E a
cada toque em você o clima fica mais tenso
Quando
lhe observo voar, imagino um pássaro perfeito
Admirando
sua leveza chego a ficar hipnotizado
Seu
limite para mim me faz a tratar com respeito
Teu corpo
no meu corpo uma hora se vai, mas em ti tudo será eternizado
Já me
debrucei em brancas, negras e coloridas
A calma
que se foi agora virou palavra certeira
Entre rosas,
espinhos, adubos e margaridas, não se fecham feridas
Folha,
eu posso lhe garantir que você é minha paixão verdadeira.
Chellmí - Jovem Escritor Paulista - 17.11.2013
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