quinta-feira, 26 de julho de 2012

SARAU ELO EM BRASA - CHORROCHÓ - BA - JANEIRO DE 2012


SARAU DA BRASA + SARAU ELO DA CORRENTE = SARAU ELO EM BRASA.

JANEIRO DE 2012. ESTA EXPERIÊNCIA FOI MARCANTE EM MINHA VIDA. SÓ TENHO QUE AGRADECER POR FAZER PARTE DESTA GRANDE FAMÍLIA.

terça-feira, 12 de junho de 2012

SAUDADE


Tive que me contentar, com o vice-campeonato
Fui passado pra trás no jogo do amor
Mas, Nossa Senhora me dá força
Mesmo que a torcida não torça
Sigo firme na missão...


Hoje não vejo mais o brilho da lua, dançando sobre as águas do mar
Mergulhado no escuro, encontro forças pra cantar
Eu errei, eu sei que errei, estou pagando muito caro
Eu chorei, e como choro, chorei, não encontrei um grande amparo
O sério jogo do amor, não dá vez pra brincadeira
Ela foi pra outro time, e só me restou, pendurar a chuteira


Por isso...


Tive que me contentar, com o vice-campeonato
Fui passado pra trás no jogo do amor
Mas, Nossa Senhora me dá força
Mesmo que a torcida não torça
Sigo firme na missão...


 O meu peito vive vazio
Teu sentimento era macio
Agora eu trago a morte, soprando a vida para o alto
Não existe sorte, pra quem não se prepara para o salto
Nesta vida não aprendi tocar cavaco nem banjo, tampouco violão
Pensei estar dedilhando nos acordes dos sonhos, e tocando seu coração


Não aprendi...


Tive que me contentar, com o vice-campeonato
Fui passado pra trás no jogo do amor
Mas, Nossa Senhora me dá força
Mesmo que a torcida não torça
Sigo firme na missão...
                                                                                                                          CHELLMÍ – 10.06.2012


Este é um samba triste. A expressão dos meus versos descobre algumas farpas fincadas no meu coração. Alguns pensam que ser poeta na periferia é brincar de escrever textos relacionados a meras aventuras de causas sociais, abraça. Tenho vida ainda, vivo com um pé na cova e outro na casca de banana, se é que me entendem. Certezas? Verdades? Como posso tê-las passando por um furacão infindável, se é que temos que tê-las. Só queria redescobrir a sensibilidade dos olhos brilhantes de um amor que se foi, de uma vida que se foi, aqui a ideia vai além de uma pessoa, de um ser, de uma rainha. O “coitadismo” é algo muito mesquinho por parte do sofredor, por mais que ele encontre-se desamparado e perdido, não há GPS que o ajude a se localizar nas ruas do sentimento, nas travessas da paixão, nas avenidas do amor, nas estradas do improvável ou locais semelhantes. Os mais experientes dizem que a dor é passageira, que nada é para sempre e milhões de outras coisas, respeito, e como respeito, mas me respondam como fazem para comparar a dor? Como se mensura a dor? A dor é mensurável? Interrogações e angústias misturadas com tristeza e um aperto na alma.

Agradeço a Deus por continuar iluminando a ponta da minha caneta enquanto estou neste terreno, espero que os casais se respeitem, saibam perdoar, saibam pedir perdão, sejam sensíveis e compreensíveis ao perdoarem e aceitarem as diferenças. Nada disto é simples, é tudo muito complexo, mas espero também que não tentem insistir ferozmente em procurar detalhes na simplicidade. Desejo que Deus e outras entidades continuem iluminando seus caminhos, para quem acredita, é claro, e para os Ateus espero que a razão ou qualquer outra convicção continuem avante para os fazerem viver livremente. A vida realmente pode ser uma vela, derreter aos poucos, provocar incêndios, e basta um sopro para ela se apagar, soprou, já era. Muita paz a todos e todas.
                                                                                                                          CHELLMÍ – 11.06.2012



segunda-feira, 21 de maio de 2012

EU VOU...



Eu vou, igual criança andando de bike na chuva sem ligar pra porra nenhuma
Eu vou, no boteco da esquina destroçar os adversários com o especial secreto do Akuma
Eu vou, embalado na madruga ao som de João Nogueira, refletindo no espelho
Eu vou, invadir os palácios da literatura e mostrar que os pés de barro deixam bons rastros no tapete vermelho

Eu vou, seguindo os exemplos de Dona Lenir, cadeira cativa no Sarau da Brasa
Refletindo nas mensagens do poeta Fuzzil que atravessa a cidade pra se sentir em casa
Quantas vezes fui desbancado por não ter 8 mangos no role pra pedir um açaí na tigela
Por não saber pilotar as motocas e se contentar com as ladeiras só pra descer na banguela
Poesia não enche pança mas, infla seu coração
Alimentando mentes atordoadas e reacendendo a emoção
Porque não, atuando de forma simples como Ronald Golias no programa do Bronco
José Divino iluminou minha alma quando citou “que pra quem está morrendo afogado jacaré vira tronco”

Por essas e outras que,

Eu vou, igual criança andando de bike na chuva sem ligar pra porra nenhuma
Eu vou, no boteco da esquina destroçar os adversários com o especial secreto do Akuma
Eu vou, embalado na madruga ao som de João Nogueira, refletindo no espelho
Eu vou, invadir os palácios da literatura e mostrar que os pés de barro deixam bons rastros no tapete vermelho

Eu vou, inspirado nos rabiscos urbanos de Dimy e Betox
Realçando o brilho das letras, areando as panelas da cuca que não são de inox
Deixem falar que a periferia não mudou e continua a mesma
Com arte engajada mostraremos quem hoje é o sal e quem amanhã será a lesma
Os residentes dos palácios literários ficam em choque ao verem favelados com papel, lápis e borracha na mão
Aconselho descerem dos tronos e verem que enquanto ostentam a produção, nós partilhamos criação
Se meu cérebro fosse um site, deixaria confuso o mundo web design
Sua vida pode ter momentos em Off porém, espero que fique 24h. Online

Então...

Eu vou, igual criança andando de bike na chuva sem ligar pra porra nenhuma
Eu vou, no boteco da esquina destroçar os adversários com o especial secreto do Akuma
Eu vou, embalado na madruga ao som de João Nogueira, refletindo no espelho
Eu vou, invadir os palácios da literatura e mostrar que os pés de barro deixam bons rastros no tapete vermelho

Eu vou, eu vou...

CHELLMÍ - 20.05.2012

segunda-feira, 14 de maio de 2012

PROTESTO: "O RODAS VAI RODAR" Quilombo Hi Fi - FEUSP - 18 de Maio

Quilombo Hi Fi volta a Faculdade de Educação-USP com sistema de som completo para mais uma noite de REGGAE e DANÇA.

Idren "Daddy" dread, retorna e faz o long set da noite após retiro pra ter seu primeiro filho.
Jah kNomoh e Peppa também selecionam
e no Mic Singjay Lioness como sempre mandando palavra com som e poder. 

Dentro do C.A.: Coletivo Prato do Dia - discotecagem de música brasileira dançante no vinil.

Sexta-feira 18 de Maio.
AV.Universidade, 308 - Cidade universitária 

Entrada de Carro até as 20:30 , a pé 22:30 e com ônibus enquanto sua circulação.

ANTES DA CELEBRAÇÃO TEREMOS UMA ATIVIDADE COM:

-ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DA SÃO REMO
-PROFº MARCOS FERREIRA (FEUSP)
-MORADORES DA FAVELA DO SAPÉ ( A CONFIRMAR)
-DCE LIVRE DA USP 
-SINTUSP
-MICHELL DA SILVA - CHELLMÍ (SARAU DA BRASA)

A PARTIR DAS 20H NO SAGUÃO DO BLOCO B

quinta-feira, 3 de maio de 2012

FAZENDA REBOLÃO




Fui pra Chorrochó, na fazenda Rebolão
Quando vi o povo lindo, bateu forte o coração


Da periferia paulistana, lá pro meio do sertão
Levei minhas poesias, pra dividir com meus irmãos
Cada verso um arrepio, cada rima um furacão
Ao ver João Bispo* improvisando, só aumentou a emoção


Fui pra Chorrochó, na fazenda Rebolão
Quando vi o povo lindo, bateu forte o coração


Chico Bigode** e Olegário***, história e força de montão
Fiquei grato em conhecer a terra do Nascimento de João****
Vivenciei a seca do sertão, eu vi bode e cabra sobre o chão
Hoje estou longe daquele espaço e ainda sinto uma forte vibração


Fui pra Chorrochó, na fazenda Rebolão
Quando vi o povo lindo, bateu forte o coração


Teve tambor, poesia, sarau e também capoeira, preste atenção
Mestre Lopes*****sem farda, a você muito respeito e gratidão
O que pra mim é verso, pra ti pode ser canção
Espero que estas humildes rimas, reflitam meu carinho por Chorrochó e Rebolão


Fui pra Chorrochó, na fazenda Rebolão
Quando vi o povo lindo, bateu forte o coração



 Ôôôôô...
Ôôôôôóóóó....
Gostei Muito da Bahia
Quem dirá de Chorrochó...




NOTAS.
* Aboiador do Sertão Baiano
** Contador de Causos
*** Pai de Seu João do Nascimento
**** Poeta nascido na Fazenda Rebolão em Chorrochó-BA e atualmente morador de Pirituba-SP
*****Mestre de capoeira em Chorrochó e também policial da mesma cidade.


CHELLMÍ - JOVEM ESCRITOR PAULISTA - 2012

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

MOSTRA TEMÁTICA DE VÍDEOS DO YOUTUBE

EDUCAÇÃO E YOUTUBE: ENCONTROS OU DESENCONTROS?
Mediação: Michell da Silva – Chellmí (Sarau da Brasa). A ideia do encontro é fazer uma reflexão sobre os pontos positivos e negativos da educação no país, através dos vídeos que estão disponíveis no youtube e que retratam temas como a violência, o desrespeito, o autoritarismo, dentre outros assuntos pertinentes ao ambiente escolar. Recomendação: Livre.

Dia 24/01, terça, 19h30. - CENTRO CULTURAL DA JUVENTUDE RUTH CARDOSO.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

2011 - UM ANO MARCANTE!


Salve jovens!

Esse ano de 2011 foi muito importante para mim, consegui alcançar algumas metas e fazer planos para tentar alcançar tantas outras. Pude conhecer novos espaços e novas pessoas que contribuíram e muito para minhas reflexões. Deus continuou iluminando a ponta da minha caneta e meus escritos continuaram a milhões esse ano. Quero agradecer aos meus parceir@s de Coletivo, Sarau da Brasa tamo100prejunto! Vocês moram no meu coração, Sarau Elo da Corrente, obrigado pela consideração, Sarau Perifatividade, valeu mesmo pelas trocas nesta longa caminhada, VoxPopuli, a real música das ruas correm em suas veias, Projeto Espremedor - Claytão te admiro muito mulecote, sem palavras! Quilombaque, Cicas, muita força na caminhada, tentarei colar mais pra somar, Multirão Cultural, obrigado pela dedicação, Soró, Valéria, obrigado pela admiração, tenham certeza que é reciproca, aos reais parceiros do CCJ um grande abraço a todos, ao Regicida e a Luciane que sempre estão firme na luta. A todos que me respeitam e compreendem ou tentam compreender minhas ações.

Sem querer meter mala - 2011:

- 03.02 Ingresso na Universidade Pública
- 19.02 Mediação do Debate que contou com a presença de Ignácio Loyola Brandão e escritores da Brasa e do Elo (CCJ Ruth Cardoso)
- 09.07 Convidado na Biblioteca Municipal Dr. Rafael Paes de Barros - Garça-SP
- 13.08 Palestrante - Veredas do Vestibular (CCJ Ruth Cardoso)
- 22.11 Convidado para debater Literatura e Cidade junto com o Escritor Sacolinha e Fernando Bonassi (Centro Cultural São Paulo)

Tive a honra de participar de dois livros (Antologia na Brasa V.3 e Antologia Poética Sarau Perifatividade V.1)

Todas essas conquistas foram coletivas. Não foram só flores...

A família ainda não bota uma fé, mas isso não me atrapalha, só me entristece.

Pai, Vi, Amo Vocês!

"PRA QUEM SEMPRE FOI TIRADO DE "LÓC", AVISEM LÁ EM CASA QUE ATÉ, QUE O BURRINHO TÁ INDO LONGE" (Chellmí).

Muita paz pra nós e que venha 2012.



segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Dois dedos de prosa: literatura e cidade

Ciclo Cultura, arte e cidade
dia 22/11 - terça

19h30 Dois dedos de prosa: literatura e cidade
 
Programação especial realizada pela Curadoria de Literatura, Divisão de Ação Educativa e Divisão de Bibliotecas do Centro Cultural São Paulo. Os escritores Fernando Bonassi, Chellmí e Sacolinha debatem a presença da temática urbana em suas obras e, em especial, o cotidiano dos bairros da periferia de São Paulo.
Entrada franca - sem necessidade de retirada de ingressos
Praça das Bibliotecas

Local - Centro Cultural São Paulo - Rua: Vergueiro Nº1000.

http://www.centrocultural.sp.gov.br/programacao_literatura.asp 

domingo, 4 de setembro de 2011

POUCA COISA - ZoioOmc e Edhiprado

Parceiros de milianos que nunca desistiram do sonho, a caminhada é longa e estamos juntos nela até mesmo depois do fim.

"O QUE NÓIS TEM É POUCO MAIS NÃO TROCA!"



quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A HORA E VEZ DO VESTIBULAR



O projeto “A hora e a Vez do Vestibular”, uma parceria da Coordenadoria do Sistema Municipal de Bibliotecas e do Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso, é uma oportunidade ímpar de aprofundar a compreensão e debater os gêneros e estilos literários dos nove títulos exigidos pelas principais universidades públicas.
Sábados, das 11h às 13h. Espaço Sarau.
Inscrições na recepção do CCJ.


VEREDAS DO VESTIBULAR
Um bate-papo com intuito de aproximar e ao mesmo tempo desmistificar o ingresso do jovem na universidade, mostrando como são os principais vestibulares, as diferenças entre as provas, as especificidades das provas de algumas universidades, o papel do ENEM e o funcionamento do PROUNI, além de dicas de estudo e trocas de experiências com estudantes que já passaram pelas provas do vestibular. Com: Michell da Silva (Pedagogia/USP) e Diane Boda(História/Unifesp).
Dia 13/08, sábado, 11h.

sábado, 23 de julho de 2011

Chellmí Na Hu1000dade!


Salve jovens, beleza?
Essa é uma entrevista que o jornal Comarca de Garça-SP, fez quando participei de um encontro na Biblioteca Municipal de Garça-SP, falando um pouco dos meus escritos e minha caminhada junto com meus irmãos do Sarau da Brasa. O link da reportagem está aíhttp://www.jornalcomarca.com.br/?pagina=noticias&id_materia=154017&id_secao=29, mas para ficar mais fácil copiei e colei a entrevista. É só uma partilha meus trutas, longe de qualquer tipo de estrelismo.








09/07/2011Chellmí leva a Literatura à periferia


Foto: Chellmí e participantes do Café & Letras ocorrido na terça-feira



Positivamente surpreendente. É assim que se pode tentar definir a palestra do escritor garcense-paulistano Michell da Silva, o Chellmí, ocorrida na última terça-feira, na Biblioteca Municipal Dr. Rafael Paes de Barros. Mais do que palestra, foi uma conversa sobre a sua vivência, estudos, desafios, descobertas e seus projetos ligados à literatura periférica – daí o “positivamente surpreendente”, pois todos sabemos que ainda há um certo estranhamento quando ouvimos falar em poesia marginal ou trabalhos junto às comunidades das bordas de São Paulo, e Chellmí, através dessas conversas e de seus escritos, desmistifica tal imagem.

Ele faz parte do Coletivo Cultural Poesia Na Brasa, é estudante de Pedagogia na Universidade de São Paulo, é co-fundador da Biblioteca Comunitária Carlos de Assumpção, um dos idealizadores do projeto Carrinhodemãoteca e participou de publicações nos livros Antologia Na Brasa Volumes 1, 2 e 3; Coletivo 8542 e escreveu o prefácio do livro Roube-me, por favor.

A literatura marginal periférica com a qual Chellmí trabalha, segundo ele mesmo é um pouco diversa daquela manifestada nos anos 70, os propósitos são outros, embora ainda haja alguma ligação entre elas. E São Paulo oferece um mercado muito vasto para todo tipo de manifestação cultural, inclusive para a literatura de periferia, muito embora algumas editoras ainda sejam muito criteriosas quanto a isso. Mas elas estão descobrindo que as bordas da capital também têm sua arte. Pirituba, Brasilândia, Cidade Ademar são os embriões dessa arte e o intuito é que ela chegue a todos os cantos.

Chellmí veio a Garça visitar seu pai, Jacinto, e a diretora de Cultura, Susy Mey Truzzi não perdeu a chance de levá-lo ao Projeto Café & Letras, para que o escritor partilhasse um pouco desse universo.

De infância pobre, filho de retirantes de Pernambuco, Michell da Silva, aos 18 anos, assim como tantos jovens, foi em busca de outras perspectivas na capital. Ele conta que sua mudança para a periferia deu-se porque houve uma “higienização do centro de São Paulo”, uma revitalização que deslocou os moradores para os confins da cidade, onde antes havia só matagal. Com muito trabalho, sua família conseguiu uma casa na Vila Brasilândia, na Zona Norte, praticamente uma cidade dentro da cidade, com 250 mil habitantes. Seu contato com os livros era quase nulo, pois as bibliotecas eram muito distantes, o acesso era difícil e o cotidiano da periferia somado ao ritmo de trabalho massacrante não lhe dava tempo.

Nesse ambiente, diz ele, uma criança cresce com a ideia de que sua única saída para uma vida melhor é se tornar jogador de futebol. Caso ela não tenha talento para isso, fatalmente acaba caindo em um caminho torto. Mas hoje ele é uma prova de que esse conceito não tem que ser uma regra. A família sempre terá um papel fundamental na vida de qualquer jovem, para que não haja desvios, e também a cidade oferece infinitas opções para que alguém se aproxime da cultura; há lugares para todos os gostos e todos os bolsos.

Chellmí foi um dos fundadores do Sarau na Brasa, um grupo de amigos que promove um “tráfico” de conhecimentos, levando a poesia até os lugares menos prováveis da periferia, divulgando não somente essa arte, mas a existência de bibliotecas, incentivando os moradores – sobretudo os jovens – à leitura, nunca os forçando, apenas “cutucando” e mostrando que e a Literatura é um caminho que pode mudar a realidade de uma pessoa.

As bibliotecas entraram em sua vida por este caminho: aos 18 anos, quase terminando o colegial, Chellmí conta que ele, assim como vários jovens, tinha problemas para arranjar um emprego formal por conta do alistamento militar. Então, ele viu no curso técnico uma possibilidade para ingressar no mercado de trabalho. Escolheu Biblioteconomia. A partir daí, foi destrinchando o mundo dos livros e começou a partilhar o que aprendia no centro, na Brasilândia.

Ele notou as diferenças entre as bibliotecas públicas e particulares, inclusive as diferenças entre os públicos que as frequentam. Começou a trabalhar em uma biblioteca universitária particular e lá se deparou com alguns espinhos da profissão, como lidar com a demanda dos pedidos, treinar a paciência e saber contornar os poréns da convivência com os alunos (alguns ainda cultivando o velho discurso: “não interessa, eu estou pagando”). Mas mesmo trabalhando nesta biblioteca, Chellmí não deixou de frequentar outras, notando como certos modelos de trabalho eram “engessados”, ele preferiu sair. E com 11 amigos fundou o Sarau na Brasa, para falar de poesia na periferia. O desafio foi levar livros e recitar nos bares, mesmo com a descrença de muita gente. O projeto já tem 3 anos e tem sido muito bem sucedido. Ele conta que escolheu os bares, porque as escolas, mesmo dentro das favelas ou nas periferias ainda não dialogam com esse tipo de atividade, são muito fechadas, então eles encontraram nos botecos a brecha para levar Literatura aos moradores, que vão desde os “pinguços” inveterados até famílias.

Chellmí sentiu que os poemas e o microfone foram vencendo as resistências e até fazendo com que esses mesmos pinguços fossem bebendo menos e participando mais dos saraus, novas amizades surgiram, o projeto caiu no gosto da comunidade e alguns talentos foram descobertos.

Desde os 15 anos escrevendo, ele diz que, independente de sua qualidade literária, tenta romper com a visão de que escritores e poetas são seres iluminados, inatingíveis, uma ideia errada que muita gente ainda cultiva.

Enquanto futuro profissional da Educação, Chellmí sabe o quanto essa área está defasada e sabe também que sozinho ele não vai mudar esse quadro, mas pretende deixar sua semente, sua marca, entrar em contato com a “molecadinha” e incentivar neles a busca pelo conhecimento, “cutuca-los” mostrando que ninguém está predestinado a viver na miséria, basta “furar a bolha” das diferenças e correr atrás do seu espaço.

Essa, segundo ele é uma realidade ainda um pouco longe de ser a ideal, mas há chances de melhorar, e os movimentos literários provam isso; para ele a recompensa de tanto trabalho e doação de si está no olhar interessado de uma criança, ouvindo uma poesia em um boteco. E o rap e o samba, junto com os autores periféricos e seus companheiros da Brasa os guiam nesta longa caminhada.

Para conhecer um pouco mais sobre seu trabalho: http://chellmisp.blogspot.com e http://brasasarau.blogspot.com.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

3 ANOS DE SARAU DA BRASA !

Salve jovens, beleza?
Mais um ano de resistência.
Venham comemorar conosco, as verdades aqui nunca serão eternas, a coletividade de pensamentos é que faz nossa cuca ficar cada vez mais potente nesse mundão virado nos 700.
É Tudo Nosso!