segunda-feira, 27 de julho de 2015

CARREGADOR


Acordou leão cheio de energia
Rugiu, foi valente até quando pôde
A bateria parecia não querer acabar
Esbravejou, subiu no último degrau da escada
Quis tocar as nuvens
Parecia um pisca-pisca de natal
Cheio de brilho e marra
Enfureceu-se diante do que considerava caça
Pulou da escada e mergulhou num rio doce
Nadou de costa, boiou, deu braçadas e bateu pezinhos
E nada da bateria acabar
Saiu da água, seguiu na direção do nariz
De tão empinado pegou a rabiola na mão
Guardou as gotas da chuva no seu chapéu
E esbarrou no Bem-Te-Vi
Ao entardecer o sol lhe encarou
Com raios certeiros tonteou o pedregulho
Ao cair observava o sol partindo
E ao mesmo tempo a lua surgindo
Imóvel e sem voz só os olhos falavam
Gritavam, "eu sou forte, eu sou forte"
A lua apertou suas mãos e lentamente
Colocou-as sobre seu peito
Naquele momento a luz vermelha do coração
Foi se apagando e seus olhos parando de gritar
E ainda hoje a terra se pergunta
"Até onde podemos CARREGAR a DOR ?"

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