segunda-feira, 27 de julho de 2015

"SOFRIMINTO?"


Se minto sobre a veracidade da violência 
Transpondo feições de indignação 
Meus punhos nas lutas por clemência 
Ainda se fecham diante da militarização

Meu habitat periférico não me tira do centro
As poças de lama deram lugar às de sangue
Matam sonhos decepando cabeças aqui dentro
Os projéteis nas favelas não são de filmes de gague

O céu azul permanece nublado com o extermínio
Vielas com sirenes e corpos sem ar
Estraçalham humanos para manterem o domínio
Se estou mentindo, qual verdade irão me contar ?

Brasil de farda opressora
O galo nem canta mais na madrugada da quebrada
Calibres hostis maquiados de sensação protetora
Enquanto a lágrima escorre, a elite se agrada

Grande mídia podre e nojenta
Menos de 1% é leal
Quem não virou marionete não aguenta
Vocês não valem 1 real

Reduza a maioridade e se prepare para o tormento
Hecatombe dos nossos tira o sono
Quando o opressor cair não restará nem lamento
Xerox ou ampliação de vidas em papel carbono

Sofro e não minto nesta guerra evidente
Que me joguem na vala ou me deixem aos ventos
Acabaram com a vida duma criança inocente
Isso não é "sofriminto" nunca irão entender nosso reais sofrimentos.

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